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Venceu a Eurovisão e a seguir foi combater pelo exército ucraniano

Um dos membros da Kalush Orchestra deixou Itália esta manhã para ir defender o seu país da agressão russa, apenas poucas horas depois da vitória da Ucrânia na Eurovisão. A canção já se tornou um verdadeiro hino da resistência ucraniana: “encontrarei sempre o meu caminho para casa, mesmo que todas as estradas tenham sido destruídas”.
15 Maio 2022, 18h19

A Ucrânia foi a vencedora do festival europeu da canção este ano. O grupo Kalush Orchestra venceu a Eurovisão com a canção folk-rap ‘Stefania’.

A vitória teve lugar na noite de sábado e neste domingo de manhã um dos membros do grupo já partiu para a frente de guerra para defender o seu país.

Oleg Psiuk, que usa habitualmente um chapéu cor de rosa, despediu-se esta manhã da sua namorada Oleksandra no hotel onde o grupo estava alojado em Turim, Itália, para se dirigir ao aeroporto e partir para o seu país natal, segundo o “Daily Mail”.

Depois da vitória, o presidente ucraniano anunciou que deseja realizar o festival da Eurovisão no seu país em 2023, apesar da invasão russa.

Volodymyr Zelensky expressou o seu desejo de realizar o festival na cidade de Mariupol, na costa sul do país, que se encontra atualmente ocupada pelo exército russo, à exceção da siderurgia Azovstal onde ainda resistem membros das forças ucranianas, a par de civis.

A Ucrânia terminou o concurso com 631 pontos à frente do Reino Unido com 466 pontos, e da Espanha, com a cantora Chanel a terminar com 459 pontos. A portuguesa Maro terminou a Eurovisão na nona posição, com a canção ‘Saudade, saudade’.

A canção é sobre a mãe de Oleg, e apesar de ter sido escrita antes da invasão russa, tornou-se num verdadeiro hino de resistência por algumas das suas frases: “encontrarei sempre o meu caminho para casa, mesmo que todas as estradas tenham sido destruídas”.

“Sentimos uma grande responsabilidade, por termos recebido autorizações para deixar a Ucrânia para estarmos aqui. Temos o dever de ser úteis ao nosso país neste momento”, disse a banda em declarações ao site da Eurovisão.

“Não tivemos oportunidade para ensaiar durante muio tempo. Estamos a trabalhar no duro. Gostamos muito que as pessoas estejam a apoiar a Ucrânia”, disseram antes da gala final.

Num vídeo entretanto partilhado nas redes sociais, é possível ver um soldado ucraniano que se encontra na siderurgia Azovstal em Mariupol a cantar ‘Stefania’ a cappella durante um bombardeamento russo.

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