Venda da Tik Tok nos Estados Unidos precisa de ‘luz verde’ do governo chinês

A ‘novela’ sobre a venda da Tik Tok continua. Pequim avisou que algumas exportações, incluindo no campo da tecnologia, precisarão da aprovação do governo, uma medida que se acredita estar ligada ao negócio desta rede social nos Estados Unidos (EUA).

O governo chinês emitiu novas restrições e até algumas proibições às exportações de tecnologia e empresas tecnológicas, exigindo que as organizações recebam a aprovação governamental – um processo que pode levar até 30 dias.

As novas restrições do governo chinês podem complicar os planos da ByteDance de vender a TikTok a uma empresa norte-americana e evitar a proibição imposta por Donald Trump, segundo o “The Guardian”. Até porque, em meados de agosto, Donald Trump deu à empresa 90 dias para vender ou enfrentaria uma paralisação.

Acredita-se que as regras, que não eram atualizadas desde 2008, visam atrasar a venda da Tik Tok a compradores norte-americanos, conforme ordenado pelo presidente dos Estados Unidos.

Algumas tecnológicas/tecnologias foram removidas da lista de exportações regulamentadas, incluindo tecnológicas da indústria farmacêutica que estão a desenvolver vacinas contra a Covid-19. As 23 novas adições incluíram tecnologia relacionada a interfaces de Inteligência Artificial, reconhecimento de voz e análise de recomendação de conteúdo.

O algoritmo de recomendação da Tik Tok depende de tecnologia chinesa que poderá ter de ser transferida para um novo proprietário no exterior, disse o especialista em comércio chinês, o professor Cui Fan, à imprensa estatal.

Cui Fan disse à agência de notícias “Xinhua China” que não é a favor da “separação” dos EUA, mas “algumas tecnologias de ponta, no entanto, podem impactar a segurança nacional e o bem-estar público, e precisam de ser incluídas no catálogo”. Cui acrescentou que a ByteDance deve “considerar seriamente e com cautela se é necessário suspender as negociações de venda da Tik Tok”. Por sua vez, a ByteDance disse estar ciente das novas regras e irá “cumprir estritamente os regulamentos”.

A Microsoft estava em negociações há algumas semanas para fechar o negócio, e na semana passada fez uma parceria com a Walmart para apresentar uma oferta conjunta que supostamente irá competir com a Oracle.