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Covid-19. Alguns supermercados tiveram um aumento de 50% na procura no início de março, mas ritmo já regularizou

“Não se perspetivam quais ruturas de stocks. Há uma retoma da normalidade nos supermercados”, garante o secretário de Estado do Comércio, João Torres.
26 Março 2020, 07h49

Alguns supermercados em Portugal chegaram a registar um aumento da procura de 40% a 50% nos dias em que foram revelados os primeiros casos de Covid-19 no país, no início de março, mas a procura já está a normalizar.

A garantia é dada pelo secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, João Torres.

“Se há sensivelmente 15 dias, observámos um pico de consumo e o que vulgarmente se designa uma corrida aos supermercados, o que se tem verificado ao longo dos últimos dias é uma regularização da  procura dentro deste contexto de Estado de Emergência da Covid-19, o que significa que os níveis de afluência aos minimercados, supermercados e hipermercados do pais, tem descido comparativamente com as ultimas semanas”, disse João Torres.

“Na altura, como tive oportunidade de transmitir, não era justificável [corrida aos supermercados] na perspetiva de que não estavam em causa ruturas de stocks ou das próprias cadeias de abastecimento”, assegura o governante.

“Houve de facto nos primeiros dias de deteção de casos de Covid-19 em Portugal, aumentos muito significativos [nas vendas] face àquilo que é o cenário normal. Nalguns casos, em alguns supermercados, houve picos de procura na ordem dos 40% a 50%, mas não podemos generalizar”, adiantou.

O secretário de Estado do Comércio fez assim um balanço da quarta reunião do Grupo de Acompanhamento e Avaliação das Condições de Abastecimento de Bens nos Setores Agroalimentar e do Retalho em Virtude das Dinâmicas de Mercado determinadas pelo Covid-19, que teve lugar na quarta-feira por videoconferência. Este grupo reúne 20 entidades entre associações e federações da agricultura, da indústria agroalimentar, da logística e dos transportes, do retalho e da distribuição, assim como vários membros da administração pública e do Governo.

“Não se perspetivam quais ruturas de stocks, e quer o pilar da indústria agroalimentar, quer o da logística e dos transportes, quer o do retalho e da distribuição, passam uma mensagem de confiança”, afirmou, apontando que o ministério da Economia faz um acompanhamento muito próximo da situação no terreno.

“Em relação aos últimos dias e à última semana, todos os dados de que dispomos vão no sentido muito claro de uma retoma de normalidade relativa em relação à procura, há uma regularização de procura, o consumo deve acontecer de forma consciente, como aconteceu no último fim de semana e nos primeiros dias desta semana”, afirmou o governante, que elogia a maturidade dos portugueses.

O secretário de Estado do Comércio também rejeitou a possibilidade de ser realizado um racionamento de bens alimentares.

“O Governo considera que neste momento não se verifica qualquer necessidade de imposição de racionamento no que diz respeito a aquisição de produtos”, afirmou na quarta-feira.

“Não se perspetivam quaisquer ruturas nos stocks no curto prazo e também porque do ponto de vista da afluência dos consumidores não se têm verificado constrangimentos relevantes e este e um cenário que não se encontra em cima da mesa, neste momento”, disse João Torres.

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