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Venezuela: Grupo de Lima tenta aproximar Cuba de uma solução comum

Cuba afirma estar de acordo com uma solução pacífica e rejeita qualquer investida exterior na Venezuela. Entretanto, a libertação de Leopoldo López parece ter desmotivado uma aproximação entre antigos chavistas e Juan Guaidó.
6 Maio 2019, 07h40

Cuba e o Grupo de Lima estão em vias de se entenderem sobre a crise na Venezuela: o governo da pequena ilha anunciou que defende o diálogo e a cooperação para resolver os conflitos internacionais, um dia depois de o grupo ter convidado o país a participar conjuntamente numa solução para a crise política que afunda o regime de Nicolás Maduro.

“Cuba vai sempre apoiar e contribuir para a resolução das diferenças através do diálogo que respeite a igualdade soberana dos Estados, com base no direito internacional, contra qualquer ameaça ou uso da força ou da intervenção estrangeira”, twittou Bruno Rodríguez, uma das figuras mais destacadas do regime cubano. Rodriguez salientou que “a maneira de preservar a paz e a segurança internacionais e resolver os problemas sérios e crescentes da humanidade é o diálogo e a cooperação”.

Os países do Grupo de Lima apelaram a Cuba e ao Grupo de Contacto Internacional (ICG) para participar nos esforços para alcançar uma solução negociada para a crise política na Venezuela, no final de uma reunião de emergência realizada em Lima na sexta-feira passada.

O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, disse, por seu turno, que teve uma conversa com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, durante a qual insistiu na “necessidade de diálogo” com o seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro. Miguel Díaz-Canel criticou as “intenções intervencionistas” contra a Venezuela.

O Grupo de Contacto Internacional (ICG), que impulsiona uma solução negociada para a crise venezuelana é composto por Alemanha, França, Itália, Holanda, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido, bem como Bolívia, Equador, Uruguai e Costa Rica.

A aproximação entre o grupo e Cuba é lido pelos comentadores como uma forma de a ilha esvaziar ou pelo menos aliviar a pressão que os Estados Unidos impuseram em seu redor, depois de Donald Trump, presidente norte-americano, ter avançado com uma lei que permite reverter as nacionalizações de empresas norte-americanas que estavam em Cuba quando a Revolução triunfou, em janeiro de 1959.

Entretanto, da Venezuela chegam, pelos jornais, relatos de que a libertação de Leopoldo López irritou um grupo de chavistas que se ia aproximando da oposição e que estaria a preparar o seu apoio à realização de eleições presidenciais. Segundo avança a imprensa, o entendimento entre Guaidó e este grupo poderia estar para breve, mas a libertação de um dos mais destacados opositores a Hugo Chávez terá caído mal junto dos que, não parecendo estar de acordo com Maduro, mantém fidelidade ao criador do regime, desaparecido em março de 2013.

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