Os venezuelanos compraram, em janeiro, produtos correspondentes à média de três meses de abastecimento, disse o superintendente de Preços Justos, Andrés Eloy Mendez, vincando que o abastecimento é suficiente na maioria dos bens.
“Não há escassez, há produtos em quantidade suficiente, mas as pessoas compraram, por exemplo, no mês de janeiro, o que se deveria comprar em três meses. Há um excesso de procura que nos próximos meses tenderá a normalizar-se”, disse aos jornalistas.
Segundo Andrés Eloy Mendez, “na maioria das categorias o abastecimento é suficiente”.
“Há duas ou três com escassez, como o leite, mas não aos níveis que o mercado indica porque são fruto do açambarcamento”, afirmou.
“Agora temos o setor dos alimentos, higiene pessoal e do lar, que registou a maior quantidade de delitos económicos”, adiantou.
Aquele responsável explicou que o Governo venezuelano atribui dólares a preços preferenciais aos empresários para a importação de produtos como o leite, que depois lhe adicionam um aditivo, mudam a embalagem e vendem a preços muito mais altos.
“Há gente que compra café ‘regulado’ (preço fixado pelo Executivo) e paga como se fosse ‘premium’ (qualidade extra); são formas de enganar o povo”, comentou.
Segundo Andrés Eloy Méndez o primeiro semestre de 2015 vai ser “determinante para uma significativa normalização do abastecimento, nas filas e outras distorções”, devido “às decisões que têm sido tomadas, a ações empreendidas desde o alto comando militar, e ao acompanhamento detalhado da distribuição e comercialização dos produtos de primeira necessidade”.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas dos cidadãos relativamente a dificuldades na aquisição de produtos essenciais como leite, óleo, café, açúcar, margarina, fraldas, papel higiénico, lâminas de barbear, champô, sabonetes, preservativos, entre outros.
Diariamente os supermercados registam grandes filas de clientes à procura de produtos que muitas vezes são comprados na totalidade sem chegarem a ser colocados nas prateleiras.
OJE/Lusa