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Vereadora e ativista dos direitos humanos executada a tiro no Rio de Janeiro

Marielle Franco foi atingida por múltiplos disparos. O motorista que conduzia o automóvel também morreu na sequência do ataque, junto à prefeitura do Rio de Janeiro. No dia anterior, a vereadora lamentara “mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da Polícia Militar”.
15 Março 2018, 15h04

Marielle Franco, 38 anos de idade, vereadora na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Brasil, foi assassinada ontem à noite. De acordo com a Polícia Militar, Franco estava no interior do seu automóvel, conduzido pelo motorista Anderson Pedro Gomes, quando outro automóvel se “emparelhou”, abriram a janela e dispararam múltiplos tiros. “Pelo menos quatro tiros terão atingido a cabeça da vereadora”, revela “O Globo”. O motorista também morreu na sequência do ataque. E uma assessora da vereadora, que seguia viagem no automóvel, foi atingida por estilhaços mas sobreviveu.

O ataque contra Franco ocorreu nas imediações da prefeitura do Rio de Janeiro. A vereadora tinha acabado de participar num evento sob o mote “Jovens Negras Movendo as Estruturas” e estava a regressar à sua casa. No dia anterior, Franco publicara uma mensagem na rede social Twitter, protestando contra mais uma morte de um jovem no Rio de Janeiro.

“Eu estava subindo a escada da estação quando ouvi os tiros. Por poucos segundos não fiquei em meio ao fogo cruzado. Ouvi muito tiros e quando saí da estação três moças me disseram que viram o carro branco em que Marielle estava sendo perseguido por outro. As pessoas estavam na praça vendo em choque. As pessoas estavam em volta. No momento não tinha policiais. Eu acredito que os bandidos saíram muito rápido”, descreveu uma testemunha, segundo “O Globo”.

Eleita nas listas do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Franco foi a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro em 2016. Ativista dos direitos humanos, destacava-se como uma voz crítica contra a violência policial nas favelas da cidade. Não por acaso, em 2005, uma amiga próxima de Franco foi atingida por uma bala perdida e morreu, no decurso de um tiroteio entre polícias e traficantes de droga no bairro da Maré.

Franco formou-se na PUC-Rio e concluiu um mestrado em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), dedicando-se ao seguinte tema: “UPP: A redução da favela a três letras”. Trabalhou em organizações como a Brazil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré. E foi coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

 

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