A ainda vice-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) considera que se existe “palco de inovação” esse é o mundo financeiro. Filha do mar, de pais marinheiros, a número dois do regulador dos mercados não poderia deixar de achar que as fintech são um “mar de oportunidades”.
“Nós, reguladores, normalmente vistos como conservadores e resistentes à mudança, também temos de nos ajustar a esta nova dinâmica, sob pena de naufragar em águas revoltas. A fintech não é o futuro é o presente”, afirmou Filomena Oliveira, na conferência “1º Encontro Fintech”, organizada pela sociedade de advogados Sérvulo e Associados e da qual o Jornal Económico é media partner.
Contudo, Filomena Oliveira lança o alerta: é preciso cuidado ao navegar. “Há que ter cautela, mesmo a navegar em águas calmas, porque elas podem ficar revoltas”, comparou. Ademais, recomenda o reforço da prudência para encontrar instrumentos de conhecimento e de capacitação [educação financeira].
“Os novos riscos não nos podem levar a abandonar as oportunidades, a favor do sistema, da economia e do bem estar social (…). A economia não existe para servir o setor financeiro. É exatamente o contrário, para servir todos nós”, frisou, no encontro que decorre esta quinta-feira no Hotel da Estrela.
Para Filomena Oliveira, a CMVM tomou a decisão de começar a conhecer este tipo de empresas, com projetos como o FinLab – que está a caminho de uma segunda edição ‘refrescada’ depois de uma fase de teste a este laboratório de inovação. “Os reguladores aperceberam-se de que tinham de entrar nesta dinâmica ou não tinham nada para regular”, defendeu.
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