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Vida política de Boris Johnson volta a estar no fio da navalha

Ontem, terça-feira, o primeiro-ministro britânico foi forçado a reconhecer que teve de alterar a forma como abordou as alegações de comportamentos impróprios de natureza sexual atribuídos a um membro do seu Governo.
6 Julho 2022, 15h43

A vida política de Boris Johnson volta a atravessar dias de instabilidade com o novo escândalo “pinchergate”, o que já levou a várias baixas de peso em Downing Street.

Ontem, terça-feira, o primeiro-ministro britânico foi forçado a reconhecer que teve de alterar a forma como abordou as alegações de comportamentos impróprios de natureza sexual atribuídos a um membro do seu Governo.

Os titulares das pastas da Educação e Saúde apresentaram ontem, terça-feira, a sua demissão alegando perda de confiança no primeiro-ministro britânico, uma decisão seguida hoje pela ministra da Igualdade, Kemi Badenoch, o ministro da Mobilidade Social, Neil O’Brien, o ministro das Habilidades, Alex Burghart, o ministro dos Negócios, Lee Rowley, e a ministra dos Media, Dados e Infraestrutura Digital, Julia Lopez.

Nadhim Zahawi foi nomeado ontem, terça-feira, ministro da Educação, substituindo Rishi Sunak.

” O público, com razão, espera que o governo seja conduzido de forma adequada, competente e séria. Reconheço que este pode ser o meu último cargo ministerial, mas acredito que vale a pena lutar por esses padrões e é por isso que me demito”, escreveu Sunak na carta de demissão.

De acordo com o gabinete de Boris Johnson, a rainha Isabel II aprovou a nomeação de Zahawi.

O também demissionário ministro da Saúde, Sajid Javid, foi substituído por Steve Barclay.

“É com enorme pena que vos tenho de dizer que não posso, em boa consciência, continuar a servir este Governo”, escreveu Javid na sua carta de demissão. “Instintivamente, considero-me membro de uma equipa, mas o povo britânico também tem o direito de esperar integridade por parte do seu governo”.

Johnson foi pressionado para falar sobre um comportamento impróprio atribuído ao deputado Charles Pincher, que se demitiu do parlamento, onde assumia funções de responsabilidade na bancada dos conservadores, na sequência de queixas sobre um assédio a dois homens num clube privado.

Na segunda-feira, a imprensa britânica revelou seis novas acusações de comportamento impróprio do ex-deputado do Partido Conservador Chris Pincher, dias depois de ter sido suspenso pelo partido por ter “apalpado” dois homens.

As acusações contra Pincher, que foram dadas a conhecer pelos jornais Independent, Mail on Sunday e Sunday Times – incluem outros três casos em que o político protagonizou “avanços não desejados” com outros deputados, como um ocorrido num bar do parlamento e outro no seu próprio gabinete, há mais de uma década.

Em fevereiro, um dos deputados que se queixaram da conduta de Pincher terá contactado Downing Street, residência e gabinete do primeiro-ministro, para reportar detalhes dos acontecimentos, expressando ao mesmo tempo preocupação por Pincher ter sido nomeado responsável pela disciplina parlamentar dos deputados do Partido Conservador.

Pincher chegou a ser secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros.

 

 

No início de junho, Boris Johnson sobreviveu a uma moção de censura interna, depois de ter conseguido 59% dos votos dos deputados do Partido.

Em janeiro, o caso “partygate”, assombrou a vida política de Jonhnson, devido à participação de organização de “festas” em Downing Street que alegadamente violaram as restrições durante a pandemia de covid-19, o que levou à demissão de altos cargos do governo.

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