O dispositivo de segurança organizado para vigiar o fundador do WikiLeaks Julian Assange, refugiado na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012, está “a minar” os recursos policiais, afirmou um responsável policial.
Em declarações à rádio LBC, o comissário da Polícia Metropolitana de Londres, Bernard Hogan-Howe, indicou que o corpo policial está a rever a operação de segurança, que inclui agentes junto à embaixada 24 horas por dia.
“Não vou falar de táticas, mas estamos a rever as nossas opções. (A operação) Está a minar os nossos recursos”, disse.
O próprio Assange, que se refugiu na embaixada para evitar ser extraditado para a Suécia, classificou de “vergonhoso” o gasto de cerca de 10 milhões de libras (13 milhões de euros) na manutenção da guarda à representação diplomática do Equador.
O ‘site’ do WikiLeaks indicou na semana passada que a vigilância a Assange já custou ao contribuinte britânico o equivalente a mais de oito milhões de refeições gratuitas, 39.000 noites de hospitalização ou ao salário anual de 459 professores.
O ano passado a Scotland Yard calculou em perto de 11.000 euros por dia o custo da vigilância, incluindo o salário dos polícias e as horas extraordinárias, assim como a utilização de veículos e de equipamento informático.
Assange, de 43 anos, foi detido em Londres a 07 de dezembro de 2010 a pedido do Estado sueco, que pretende interrogá-lo sobre presumíveis crimes sexuais contra duas mulheres.
Depois de perder a batalha legal contra a sua extradição, o australiano refugiou-se a 19 de junho de 2012 na embaixada do Equador, que lhe concedeu depois asilo político.
O especialista informático não pode viajar para o Equador porque as autoridades britânicas lhe negam um salvo-conduto, alegando “motivos legais”.
Assange não quer entregar-se na Suécia, dizendo temer que este país o extradite para os Estados Unidos e que aqui enfrente a pena de morte.
Os Estados Unidos investigam a organização WikiLeaks desde que, em 2010, divulgou vídeos de abusos das tropas norte-americanas no Afeganistão e no Iraque, assim como milhares de telegramas diplomáticos confidenciais.
OJE/Lusa