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Vila Baleira aposta no charter para manter sustentabilidade do hotel no Porto Santo

O Vila Baleira & Resorts abriu uma nova unidade na Madeira, no Funchal, a 15 de julho. A ideia passa por criar sinergias com a unidade no Porto Santo. O grupo já sente melhorias depois do levantameto de algumas restrições impostas pela pandemia. Porto Santo já tem ocupações de 70%, enquanto a unidade no Funchal se tem situado nos 40%. O Vila Baleira & Resorts emprega 220 pessoas e a faturação ronda os 14 milhões de euros.
18 Setembro 2020, 07h45

Em entrevista ao Económico Madeira o administrador do grupo Vila Baleira Hotels & Resorts, Gonçalo Teixeira, referiu que o grupo está disposto a arriscar no sentido de trazer mercados diferentes dos habituais para a Madeira e para o Porto Santo por via da aposta no charter, como forma de manter a sustentabilidade da operação do hotel no Porto Santo.

A Vila Baleira vai apostar nos mercados emissores tradicionais ou vai pender a estratégia para outro tipo de mercados?

Como temos um hotel no Porto Santo que maioritariamente e infelizmente é um destino e um hotel sazonal, nós, como identidade e como cultura de empresa, trabalhamos muito o charter, é a única maneira de o cliente chegar ao Porto Santo. Infelizmente, por exemplo da Dinamarca, de Itália, de França, seja de onde for, é de charter, ou então terá de fazer um trajeto complicado, tipo Dinamarca – escala – Lisboa e Lisboa-Porto Santo. Torna-se difícil e mesmo de Lisboa não há voos durante o ano todo e não há voos todos os dias de Lisboa para o Porto Santo, chega a haver um ou dois voos semanais em algumas alturas do ano, por isso estas contingências que temos no Porto Santo impossibilitam um bocadinho os mercados tradicionais, ou seja, nós temos de ser um bocadinho mais criativos e estamos habituados a trabalhar o charter. Está na estratégia procurarmos diversificar um bocadinho e podermos investir e arriscar um bocadinho mais e procurar outros mercados que poderão entrar por charter pelo Porto Santo e pela Madeira, procurar mercados diferentes dos tradicionais da Madeira. Isso está na estratégia, ainda mais num momento em que as companhias de aviação, pelas taxas de ocupação a que estamos a assistir, estão a retirar voos, não arriscam, e nós estamos na disposição de arriscar um bocadinho e poder trazer para os hotéis mais clientes e procurar outros mercados diferentes.

E que mercados é que têm em vista?

Ainda estamos em fase de análise, de investigação, de orçamentação, mas serão mercados que já vêm para a Madeira mas com operações muito pequenas.

Europeus?

Sim.

Mas só para a unidade do Funchal?

Não. O que nós procuramos sempre, de forma a sustentar a operação no Porto Santo, é criar esta dinâmica de entrada por um lado, saída por outro, num pacote fechado, também para oferecer um produto diferenciado que não existe no mercado ao próprio operador e ao próprio cliente final. Ou seja, queremos, com esta diversidade que temos na Madeira e que temos no Porto Santo, criar um produto diferenciado, para conseguir ainda mais captar o cliente. Ainda para mais num momento em que todas as experiências diferentes e únicas são mais apetecíveis para os clientes, nós aparecemos no mercado com esta oferta. Estamos confiantes de que irá resultar na perfeição.

Antes da pandemia a Madeira estava a ter um aumento de oferta a nível de quartos. Como é que a pandemia veio mudar a estratégia que se estava a traçar?

Eu penso que no momento em que estamos, a estratégia tem de ser agora de consolidação, quer em termos de unidades hoteleiras, quer em termos de recursos humanos. Devemos procurar a formação de recursos humanos e investir nos recursos humanos e preparar ainda mais o futuro. No momento em que estávamos a quantidade de voos estava no mesmo sentido que o aumento do número de quartos e penso que no final do próximo ano iríamos chegar a um ponto de equilíbrio e iríamos consolidar e manter as unidades na Madeira, porque obviamente o parque turístico e o número de quartos que a Madeira oferece, independentemente de ter uma oferta variada e em sítios únicos, o número de voos e o número de clientes que chega ao aeroporto tem de acompanhar essa oferta. Ou seja, temos de manter um equilíbrio entre o número de voos e o número de quartos e desde que se mantenha esse equilíbrio, obviamente que o futuro é risonho, temos de manter esse padrão. Do nosso lado, nós assumimos este investimento porque estamos confiantes na nossa marca, estamos confiantes no produto que oferecemos, porque este é um produto diferenciado, conseguimos captar clientes e a atenção de diversos operadores porque oferecemos esta diversidade das duas ilhas num só pacote. Ou seja, nós não estamos receosos do futuro, porque conseguimos aportar aos clientes essa diferenciação e por isso estamos confiantes.

Leia aqui a entrevista na íntegra, que saiu na edição de setembro do Económico Madeira.

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