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Salário mínimo nacional aumenta e impostos descem. As respostas de Macron às reivindicações dos ‘coletes amarelos’

Presidente francês falou ao país após os tumultos do passado fim-de-semana. Decretou estado de urgência económica e social e anunciou aumento de 100 euros no salário mínimo nacional.
  • Presidente da República de França, Emmanuel Macron
10 Dezembro 2018, 19h14

Emmanuel Macron falou ao país esta segunda-feira e anunciou ter decretado o “estado de urgência económica e social” em França sendo que estas propostas serão apresentadas esta terça-feira aos deputados. A medida com maior impacto passa pelo aumento de 100 euros por mês do salário mínimo nacional já em 2019 mas foi ainda anunciada a decisão que passa pela não cobrança de impostos sobre horas extras dos trabalhadores (medida antecipada de setembro para o início do próximo ano. Macron anunciou ainda que os trabalhadores com menos de dois mil euros vão ver anulado o aumento na contribuição social. Ainda neste pacote de medidas, o presidente francês anunciou uma queda nos impostos dos pensionistas.

Nesta comunicação ao país, o presidente francês esclareceu que os eventos das últimas semanas “perturbaram profundamente a nação”, recordando ainda que “a violência não beneficiará de qualquer indulgência”. Macron não esqueceu os distúrbios e fez questão de condenar as “violências inadmissíveis” porque “nada justifica um ataque às forças policiais ou a danificação de montras”.

O Presidente Emmanuel Macron criticou a “inadmissível violência” dos protestos em França, prometeu utilizar “todos os meios para restaurar a calma”. Num discurso dirigido ao país, após várias semanas de contestação do movimento de protesto “coletes amarelos” que alastraram a várias regiões do país e implicaram violentos confrontos com as forças policiais.

Prejuízos de mil milhões de dólares

“É uma catástrofe para os negócios e para a nossa economia”, disse este fim-de-semana o ministro das Finanças francês aos jornalistas, enquanto visitava o centro de Paris. De acordo com as associações de retalhistas, o protesto causou avultados prejuízos, superiores a mil milhões de dólares.

O setor do turismo foi outros dos mais prejudicados. As imagens da capital francesa causaram uma quebra 50% nas reservas turísticas, em comparação com o ano anterior. Na mesma linha, os museus cancelaram o acesso a algumas das maiores exposições de artistas, como Picasso, Caravaggio e Basquiat.

Recorde-se que em França, este movimento dos “coletes amarelos” nasceu espontaneamente, à margem dos partidos e sindicatos, que inicialmente protestaram contra a grande carga de impostos e perda do poder de compra mas depois alargou o descontentamento em relação a várias medidas do Presidente francês, Emmanuel Macron.

O governo francês vai reforçar o dispositivo de segurança por parte das forças que estão atualmente em patrulhas anti-terroristas no país, com o objetivo de proteger os edifícios públicos. Os comerciantes de todas as lojas dos Campos Elísios foram aconselhados a tapar as montras com painéis de proteção e a retirar todos os objetos exteriores que possam ser mais vulneráveis.

O Arco do Triunfo, que se situa no topo da avenida mais emblemática de Paris, foi palco dos maiores momentos de tensão e confrontos entre manifestantes e polícia no último sábado, 1 de dezembro. “Não tenho nenhum problema em admitir que em tal ou tal questão poderíamos ter feito diferente, e que se ainda houver tanta raiva é porque ainda temos muitas coisas para melhorar”, disse Emmanuel Macron.

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