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Viseu, Algarve e Madeira aplaudem descentralização das tecnológicas

O vice-presidente da Câmara Municipal de Viseu disse ao Jornal Económico que o distrito é hoje “uma cidade farol do país” e que “tem resistido ao despovoamento do Interior”. “O fantasma desapareceu”, destacou, por sua vez, o autarca de Olhão sobre o “receio” que havia quanto à chegada da Altice ao país.
23 Fevereiro 2018, 20h55

O centro de inovação Altice Labs está instalado (ou prestes a) em três polos em Portugal – Viseu, Algarve e Madeira. O 2º aniversário da “joia da coroa” do grupo de telecomunicações foi a ocasião para as regiões se juntarem e mostrarem que receberam o investimento da multinacional como um sinal de aposta na descentralização.

“A Altice tem sido um dos parceiros de Viseu para pensar num cluster tecnológico. Abriu portas a uma confiança e uma parceria para a criação de uma incubadora de base tecnológica, onde se irá instalar o laboratório colaborativo Altice e que será uma espécie de porta-aviões para que outras empresas possam participar em projetos”, explicou ao Jornal Económico o vice-presidente da Câmara Municipal de Viseu.

Jorge Sobrado acredita que o conceito de descentralização tem ocupado a agenda política e sido uma “palavra muito usada e abusada”, mas acabam por ser as empresas tecnológicas a fazer mais por essa mudança de paradigma “do que outros projetos de reforma”.

As tecnológicas que recentemente têm investido no distrito, como a IBM, a Bizdirect, a Tomi, a Critical Software ou até a local e já há muito tempo instalada Visabeira, geraram “largas centenas de postos de trabalho” em Viseu, segundo o executivo camarário. Em curso estão outros investimentos que nascem desta dinâmica (de que é exemplo a Compta) e pretendem aproveitar o stock de recursos humanos formados nos estabelecimentos de ensino superior da zona e conquistar trabalhadores para Viseu.

“Viseu é hoje uma cidade farol do país e que tem resistido ao despovoamento do Interior. Tem melhores condições de atratividade para viver do que os grandes centros urbanos, tem possibilidade de aquisição de habitação própria, capacidade de educar filhos”, afirmou o vice-presidente da Câmara de Viseu ao semanário. Especialmente os setores de Tecnologias de Informação e Comunicação, aplicativos e dispositivos que se insiram na lógica do turismo, da reabilitação urbana e das smart cities – serviços na ótica de utilização urbana – são os mais requisitados.

Altice Labs na Madeira e no Algarve

O presidente da Câmara Municipal de Olhão encontrou na Altice uma forma criar e desenvolver recém-licenciados na área tecnológica e de “abrir-lhes horizontes” devido ao investimento da empresa na internacionalização. No evento de celebração do 2º aniversário da Altice Labs, em Aveiro, António Pina partilhou da ideia de outros responsáveis autárquicos de que a Altice é uma “espécie de farol” para atrair outras insígnias e mindsets.

Praia, peixe ou local de férias, “normalmente, Olhão não é associado a tecnologia”, de acordo com o responsável do município algarvio. No entanto, António Pina destaca que o Algarve está pronto para estes negócios e defende que acabou o “sentimento” e “receio” que existia em Portugal devido ao fenómeno da chegada da Altice ao país: “O fantasma desapareceu. [A Altice] veio criar ainda mais valor, criando oportunidades e projetos de responsabilidade social”.

Em relação às regiões autónomas, a empresa liderada por Alexandre Fonseca jogou todas as fichas na Madeira. Patrícia Caires, diretora regional de Economia do governo da Região Autónoma da Madeira, afirmou que ilha e a operadora de telecomunicações têm vários projetos de parceria em curso, nos quais se inclui o centro da Altice na Ribeira Brava [‘Brava Valley’].

A porta-voz do governo regional da Madeira justificou, no mesmo evento em Aveiro, a que se devem as boas graças em que caiu a região: recordes de dormidas, turismo “consequência da ação humana e política” e uma redução contínua da taxa de desemprego  [8,9%], bem como a promoção da investigação e do desenvolvimento de soluções tecnológicas, nomeadamente na relação entre o homem e a máquina.

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