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Visita de Costa a Angola. 13 acordos de cooperação bilateral assinados

O Primeiro-ministro de Portugal, António Costa, está em Angola, numa visita oficial de dois dias que envolveu já a assinatura de 13 protocolos de cooperação bilaterais. Veja as fotos na galeria.
5 Junho 2023, 15h54

O primeiro-ministro português está a realizar uma visita oficial a Angola esta segunda-feira e terça-feira, 5 e 6 de junho. Isto depois de a última visita oficial do chefe do Governo português a Angola se ter realizado em setembro de 2018.

Para além dos encontros com o Presidente angolano, João Lourenço, António costa irá encontrar-se com empresários e com a comunidade portuguesa.

A visita decorre a convite de João Lourenço e “tem como objetivo o reforço das relações bilaterais entre Portugal e Angola a nível político, económico e cultural”.

Governos de Portugal e Angola assinaram 13 acordos de cooperação bilateral

Nesse âmbito, os governos de Angola e de Portugal assinaram hoje 13 acordos de cooperação bilateral, sobretudo nos domínios económico e financeiro, numa cerimónia presidida pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço, e pelo primeiro-ministro português, António Costa.

Os acordos mais importantes, pela parte portuguesa, foram assinados pelos ministros das Finanças, Fernando Medina, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, respetivamente: Um aumento da linha de crédito empresarial de 1,5 mil milhões de euros para dois mil milhões de euros; e o Programa Estratégico de Cooperação (PEC) 2023/2027.

Os acordos abrangeram um acordo entre os portos de Sines e Algarve e a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande e, entre outros domínios, a formação e apoio laboratorial para a segurança alimentar – um memorando que envolve a investigação criminal neste domínio.

A Agência Lusa assinou um protocolo de formação com o Centro de Formação de Jornalistas de Angola.

Nas declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro português referiu que se chegou ao número de 13 acordos, porque nos últimos dias a Caixa Geral de Depósitos fechou três contratos de financiamento.

Presidente angolano quer portugueses a investir mais e a concorrer a privatizações

O Presidente de Angola convidou os empresários portugueses a tirarem pleno partido da língua comum para aumentarem o investimento direto no país e participarem nas futuras privatizações de ativos do Estado angolano.

Este apelo foi transmitido por João Lourenço no início da reunião plenária entre os governos português e angolano, no Palácio Presidencial em Luanda, num breve discurso que dedicou à análise da cooperação bilateral luso-angolana.

Antes de o primeiro-ministro, António Costa, usar da palavra, João Lourenço começou por salientar que “a cooperação com Portugal tem uma abrangência que cobre praticamente todos os setores da vida nacional angolana, com uma dinâmica que considerou positiva e que só não é atualmente maior por causa dos constrangimentos que foram causados pela covid-19.

“Os investidores privados portugueses têm em relação aos demais a vantagem da língua comum, um cruzamento entre famílias e um vasto conhecimento da nossa cultura, dos nossos hábitos e costumes. Esse é um capital que não é mensurável e que não deve ser desperdiçado”, advertiu o chefe de Estado angolano.

A seguir, especificou que o Governo angolano “gostaria de ver maior investimento direto dos empresários portugueses no agro negócio, na hotelaria, turismo, construção civil ou comércio, indústria têxtil ou calçado”.

“Decorrem processos de privatização de ativos do Estado para os quais os empresários portugueses se podem habilitar”, completou, antes de abordar também uma das questões mais sensíveis nas relações bilaterais luso-angolanas e que se relaciona com a questão da dívida do Estado angolano a empresas nacionais.

“Queremos resolver tão cedo quanto possível a questão da dívida para tranquilizar homens e mulheres que apostaram no mercado angolano”, disse.

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