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Vodafone vai despedir 11 mil pessoas em três anos (com áudio)

O grupo de telecomunicações viu os lucros aumentarem 12,3 mil milhões de euros no primeiro trimestre do ano, dos anteriores 2,7 mil milhões de euros, mas anunciou esta terça-feira um plano de ação que envolve reestruturações, sobretudo na Alemanha e Espanha.
16 Maio 2023, 09h26

Hoje é um dia de mudanças na Vodafone. O grupo do qual faz parte a Vodafone Portugal viu os lucros aumentarem 12,3 mil milhões de euros no primeiro trimestre do ano, dos anteriores 2,7 mil milhões de euros, mas anunciou uma reestruturação na Europa que envolve o corte de 11 mil postos de trabalho ao longo dos próximos três anos.

“O nosso desempenho não foi bom o suficiente. Para entregar consistentemente, a Vodafone tem de mudar. As minhas prioridades são os clientes, a simplicidade e o crescimento. Vamos simplificar a nossa organização, eliminando a complexidade para recuperar a nossa competitividade”, começou por explicar a CEO, Margherita Della Valle, numa mensagem no relatório e contas.

O plano de ação da Vodafone, que já se encontra em curso, conta com três pontos-chave: as rescisões até 2026 que envolvem tanto a sede em Londres como outros mercados (que não são mencionados, portanto não há referência a Portugal), um investimento significativo realocado para experiência do cliente e marca no quarto trimestre deste ano e um plano de recuperação na Alemanha e revisão estratégica na Espanha.

Por exemplo, na Alemanha, a maior economia europeia, a receita total da empresa de telecomunicações diminuiu 0,1% para 13,1 mil milhões de euros, essencialmente porque a receita de serviços de terceiros foi parcialmente compensada por maiores vendas de equipamentos.

“Vamos realocar recursos para oferecer o serviço de qualidade que os nossos clientes esperam e impulsionar ainda mais o crescimento a partir da posição única da Vodafone Business”, referiu Margherita Della Valle.

Em termos gerais do grupo, entre janeiro e março deste ano, o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), depois de locações, recuou 1,3%, comparativamente ao trimestre de 2022, para 14,7 mil milhões de euros por causa dos custos energéticos mais elevados, bem como – mais uma vez – o baixo desempenho comercial na Alemanha.

A receita do grupo aumentou 0,3% para 45,7 mil milhões de euros à boleia do crescimento na África e de mais vendas de equipamentos. Já a dívida líquida da Vodafone caiu para 33,4 mil milhões de euros neste período. Por sua vez, o fluxo de caixa livre ajustado fixou-se nos 4,8 mi milhões de euros.

O grupo Vodafone emprega cerca de 100 mil pessoas a nível global. Em Portugal, a subsidiária é liderada por Luís Lopes desde abril. O antigo CEO, Mário Vaz, atravessou a fronteira para encabeçar a operação em Espanha, que entretanto foi incluída no Europe Cluster.

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