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VW conhecia custos do Dieselgate um mês antes de informar investidores

Segundo noticia o jornal alemão Bild am Sonntag, um gestor da Volkswagen informou o então diretor-geral do grupo alemão que o escândalo de emissões representaria um custo de até 18,5 mil milhões de dólares, um mês antes de a informação ser transmitida aos investidores.
10 Julho 2017, 09h25

Os investidores do Grupo Volkswagen foram informados da utilização de software ilegal para viciar os dados dos testes de emissões dos modelos do Grupo a 18 de setembro de 2015, quando a EPA, a agência governamental norte-americana de proteção do ambiente, informou os mercados.

No entanto, e de acordo com notícia avançada pelo jornal alemão Bild am Sonntag, Oliver Schmidt, um executivo da VW preso em Miami no início deste ano, terá avisado o então CEO do Grupo, Martin Winterkorn, das possíveis implicações financeiras do escândalo a 25 de agosto de 2015, cerca de um mês antes de os investidores serem informados.

De acordo com a lei alemã, as empresas são obrigadas a divulgar atempadamente todas as notícias que possam influenciar o mercado, existindo já uma investigação por parte das autoridades para averiguar se a VW terá cumprido este requisito legal. O jornal alemão afirma – citando documentos da investigação a decorrer nos EUA – que Schmidt informou Winterkorn acerca do montante máximo que poderia resultar das sanções e coimas decorrentes deste escândalo numa reunião onde também estaria presente Heinz-Jakob Neusser, responsável máximo pelo desenvolvimento de novos produtos da VW, e Herbert Diess, que atualmente comanda a marca Volkswagen dentro do Grupo.

Um porta-voz da Volswagen recusa-se a prestar declarações, por causa das investigações atualmente em curso. Contactados pelo Bild am Sonntag, os advogados de Winterkorn, que deixou o cargo de CEO do Grupo VW em setembro de 2015, preferiram não comentar, justificando esta decisão como o facto de o seu cliente não ter ainda visto as declarações de Schmidt. Também o advogado deste executivo se escusou a comentários.

Recorde-se que as autoridades alemãs estão a investigar Diess, Winterkorn o atual CEO do Grupo VW, Hans Dieter Poetsch, no âmbito de uma alegada manipulação do mercado. Os visados negam quaisquer responsabilidades.

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