Wall Street abre no ‘vermelho’ e Credit Suisse continua no ‘olho do furacão’

As principais bolsas europeias estão também no ‘vermelho’, tendência que também passa pelo mercado do petróleo. No ‘verde’ está o euro que valoriza face ao dólar.

Reuters/Lucas Jackson

Wall Street abre no ‘vermelho’ numa sessão em que a banca continua no ‘olho do furacão’, com o Credit Suisse à cabeça, num despertar atribulado depois de Wall Street ter adormecido na passada quinta-feira no ‘verde’.

A maior quebra vai para o Dow Jones que cai 1,08% para os 31,897.78 pontos, seguido pelo S&P 500 que quebra 0,99% para os  3,921.13 pontos, e o Nasdaq que desvaloriza 0,48% para os 11,661.17 pontos.

O Credit Suisse continua a ser o protagonista principal deste complexo enredo mesmo depois do banco ter anunciado que ia fazer uso de 53 mil milhões de dólares por parte do banco nacional suíço. Mas tal não foi suficiente para trazer acalmia e tranquilizar os mercados.

A tormenta que atravessa o Credit Suisse é também uma das conclusões da research da XTB que salienta que as ações do Credit Suisse atingiram um mínimo semanal e que desde 13 março o banco já viu sair mais de 200 milhões de dólares, em termos líquidos, de fundos americanos e europeus que estavam sob a sua gestão.

Teme-se, nos mercados, reforça a XTB, que o auxílio do banco central suíço, ao Credit Suisse, possa ser insuficiente.

Para além disso sobre o Credit Suisse também paira uma ação coletiva de investidores norte-americanos, sublinha a XTB.

A banca é também um dos destaques da research do Millennium que salienta o sentimento de fragilidade dos mercados que paira sobre o First Republic “mesmo após as propostas de garantia de 30 mil milhões de dólares dadas pelos grandes bancos norte-americanos”.

Referia-se que a banca tem estado sobre intensa pressão. Para além das dificuldades do Credit Suisse e do First Republic tivemos ainda a falência do Sillicon Valley Bank.

Os principais índices europeus estão a negociar no ‘vermelho’ acompanhando Wall Street. O DAX (Alemanha) cai 1,50%, o FTSE 100 (Reino Unido) desvaloriza 1,05%, o CAC 40 (França) desce 1,59%.

O AEX (Países Baixos) está a cair 0,65%, o FTSE MIB (Itália) quebra 1,85%, e o IBEX 35 (Espanha) desvaloriza 1,92%.

O petróleo está a ser negociado em baixa com o brent a descer 2,77% para os 72,63 dólares e o crude a desvalorizar 2,82% para os 66,42 dólares.

O euro está a valorizar face ao dólar com uma subida de 0,18% para os 1,06316 dólares. O euro está em quebra face à libra com uma desvalorização de 0,13% para as 0,87525 libras.

Recomendadas

Euribor sobe a 3 meses para novo máximo e supera 3% pela pela primeira vez desde 2008

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

UBS recompra quase três mil milhões de euros em obrigações para reforçar confiança

O banco vai recomprar 2,75 mil milhões de euros em obrigações que emitiu há menos de uma semana, numa tentativa de reforçar a confiança dos investidores abalada pelo acordo alcançado no fim de semana passado para a compra do Credit Suisse.

Lagarde afirma que BCE não se comprometeu a subir os juros nem a terminar as subidas

Lagarde salientou hoje numa conferência com observadores do BCE em Frankfurt que “com a incerteza elevada, é ainda mais importante que o ritmo dos movimentos das taxas de juro seja dependente dos dados”.
Comentários