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Wall Street fecha instável com possível investida severa da Reserva Federal

A inflação já não é uma novidade e o futuro aumento das taxas diretoras por parte da Reserva Federal também não. O problema é que mais um recorde de crescimento dos preços pode impor aumentos de dimensões que ninguém antecipou.
  • Crash de 25% em Wall Street
11 Fevereiro 2022, 20h54

Wall Street voltou a fechar negativa esta sexta-feira, depois de um dia de negociações marcadas pela agitação, com o comércio a lidar com a maior inflação de quatro décadas e a perspetiva de um aumento das taxas, que a Reseva Federal já assegurou que acontecerá.

O Dow Jones Industrial Average caiu 341,15 pontos, ou 0,97%, para 34.900,44 pontos; o S&P 500 perdeu 64,39 pontos, ou 1,43%, para 4.439,69 pontos; e o Nasdaq Composite caiu 311,99 pontos, ou 2,2%, para 13.873,65 pontos.

“O mercado está a tentar descobrir a direção para onde de ir e quem serão os novos vencedores”, disse Sean O’Hara, presidente da Pacer ETFs, citado pela agência Reuters. “Nos últimos anos, foram basicamente cinco ações que impulsionaram todas as recuperações dos mercados e alguns desses nomes estão sob pressão agora”, afirmou, para enfatizar que Wall Street está sem um líder claro – apesar do bom desempenho de algumas empresas tecnológicas.

O último relatório do Departamento do Trabalho mostrou que a inflação nos Estados Unidos está ao mais alto nível em quatro décadas, alimentando preocupações de que a Reserva Federal possa começar a aumentar as taxas de juros de forma mais agressiva do que muitos esperavam.

Mas esta preocupação já tem várias semanas e a Reserva não tem escondido que fará isso mesmo. Por outro lado, a inflação é uma realidade há já umas semanas.

Estas preocupações, de qualquer modo, aumentaram depois de o presidente da Reserva Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, ter dito à agência Bloomberg que deseja um ponto percentual completo de aumento das taxas de juros nas próximas três reuniões de política do banco central. Os investidores do mercado de capitais ficaram alarmados com a dimensão desta possível primeira investida.

Os mercados financeiros, diz a Reuters, antecipavam um aumento de pelo menos 25 pontos-base depois da reunião do Fed marcada para 15 e 16 de março; alguns analistas ponderaram mesmo um aumento de 50 pontos-base, mas ninguém parece ter antecipado o que Bullard propôs.

“Realmente não saberemos o que o Fed vai fazer até que o faça”, disse Tim Ghriskey, da Ingalls & Snyder, também citado pela Reuters. “Há poucas hipóteses de o Fed não agir, mas continuo a acreditar que veremos sinais de moderação da inflação entre este  omento e a reunião do Fed e uma alta de 25 pontos-base é o movimento mais provável”, acrescentou Ghriskey.

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