Os principais índices de Wall Street caíram esta quarta-feira e o dia de cotações fechou novamente no vermelho, depois de serem conhecidos dados económicos pouco interessantes e de se terem voltado a ouvir comentários agressivos das autoridades da Reserva Federal que indicam que os aumentos das taxas de juros não vão ser suavizados tão cedo. Nem algum otimismo vindo de Davos, Suíça, onde o fórum está reunido, foram suficientes: alguns analistas afirmaram ali que a recessão pode ser menos grave que o inicialmente previsto em alguns países do topo das economias mundiais.
Antes da abertura do mercado, os dados económicos caseiros mostraram que as vendas no comércio e os preços ao produtor caíram mais do que o esperado em dezembro – não é mau para o controlo da inflação, mas indica que o consumo está em plano muito fraco enquanto um dos motores do crescimento da economia. Além disso, a produção industrial norte-americana caiu mais que o esperado também em dezembro e foi genericamente menos capaz que o que os analistas haviam antecipado.
O Dow Jones segue a cair para os 33.353,60 pontos, menos 557,25 pontos ou menos 1,64%; o S&P 500 perde 55,75 pontos, para os 3.935,22 pontos, menos 1,40%; e o Nasdaq resvala para os 10.976,33 pontos, menos 118,79 pontos, ou menos 1,07%.
Com as principais médias de Wall Street a indicarem ganhos até agora para 2023, Sam Stovall, da CFRA, disse que alguns investidores viram os dados da semana como uma oportunidade de realizar lucros, enquanto outros se preocuparam com as perspetivas de uma recessão. “Os dados económicos serviram como um gatilho para os investidores iniciarem um período de realização de lucros “, disse Stovall, citado pela agência Reuters.
Os índice de referência S&P e o Dow registaram o segundo dia consecutivo de perdas, enquanto o Nasdaq interrompeu uma sequência de sete dias de ganhos. Refira-se que os analistas consideram que as ações norte-americanas começaram 2023 numa base forte, com o S&P a fechar em alta de quase 4% no acumulado do ano esta terça-feira, com os analistas a admitirem que alguma moderação nas pressões inflacionistas pudesse dar à Fed cobertura para diminuir os aumentos nas taxas de juros. Mas aparentemente não será isso que acontecerá – ou pelo menos não há qualquer certeza que não seja a vontade dos investidores em que isso aconteça.
O presidente da Fed de St. Louis, James Bullard , e a presidente Cleveland, Loretta Mester, disseram que a necessidade de aumentar as taxas além de 5% para reduzir a inflação se mantém no horizonte do banco central. O mercado antecipa agora que haverá um aumento de 25 pontos base em fevereiro. “O mercado está muito esperançoso de que conseguiremos uma aterragem suave e todas as vezes que há um comentário agressivo da Fed, parece que isso não vai acontecer”, disse Dennis Dick, da Triple D Trading, também citado pela Reuters.