[weglot_switcher]

Wall Street: possível baixa do consumo atira índices para o vermelho

Os dados negativos na frente interna voltaram a ser muito maus para os principais índices bolsistas – que arriscam um final de trimestre dos piores nos últimos anos.
28 Junho 2022, 20h21

Depois de uma abertura que parecia ser o auspício de um dia de crescimento dos índices norte-americanos, ´puxados’ pelo bom desempenho dos seus congéneres europeus, qualquer coisa se passou que inverteu a tendência. E os principais índices de Wall Street fecharam a no vermelho.

O Dow Jones está a cotar nos 30.981,23 pontos, menos 457,03 pontos, ou menos 1,45%; o Nasdaq está nos 11.208,45 pontos, menos 316,10 pontos, ou menos 2,74%; e o S&P 500 está a cair para os 3.826,12 pontos, menos 73,99 pontos, ou menos 1,90%.

Notícias positivas vindas da China, na frente do combate à Covid-19 e da política monetária, pareciam ir suportar a quarta sessão de ganhos nas praças asiáticas e contribuir para a abertura em alta das bolsas europeias e inversão dos futuros de Wall Street para terreno positivo. Quase tudo bateu certo até ao fecho: Wall Street terminou em forte queda, com o pessimismo dos investidores alimentando com os temores de recessão. Nada de noco, portanto.

Quando tudo corria bem, Wall Street foi repentinamente assoberbado por uma onda de venda de ações, uma vez que dados pessimistas sobre a confiança dos consumidores diminuíram o otimismo dos investidores e alimentaram temores de que a batalha agressiva da Reserva Federal (Fed) contra a inflação possa levar a economia à recessão.

Quando faltam dois dias para o final do mês, do segundo trimestre e do primeiro semestre, o índice de referência S&P 500 está a caminho da sua maior queda percentual no primeiro semestre desde 1970, segundo avança a agência Reuters. Todos os três índices estão a caminho de registar duas quedas trimestrais consecutivas pela primeira vez desde 2015.

“Em algum momento, as vendas agressivas vão dissipar-se, mas não parece que será assim tão cedo”, disse Tim Ghriskey, da Ingalls & Snyder, citado pela Reuters.

Dados divulgados esta terça-feira mostraram que o índice de confiança do consumidor caiu para o menor nível desde fevereiro de 2021, com expectativas de curto prazo a atingirem o seu nível mais pessimista em quase uma década.

“Os investidores estão sentados a perguntar-se se o declínio da confiança do consumidor se traduzirá em recessão”, disse Tom Hainlin, do US Bank Wealth Management, igualmente citado pela Reuters. “Não vimos os relatórios de lucros do segundo trimestre, por isso não sabemos se as empresas estão a ver uma desaceleração”, referiu. Mas, para já, é a desconfiança que impera nos mercados do outro lado do oceano.

E nem as notícias de que, como toda a gente sabia, a Turquia acabou por levantar o veto à entrada da Suécia e da Finlândia na NATO foi suficiente para animar os desesperados investidores dos Estados Unidos.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.