O presidente da Câmara Municipal de Lisboa garantiu esta quarta-feira que a parceria com a Web Summit é para “crescer”, mesmo depois de a empresa que organiza a cimeira tecnológica ter decido investir no Brasil e levar a Web Summit para a América Latina.
“É claro que a Web Summit está no Rio [de Janeiro] e provavelmente estará noutras partes do mundo. É ótimo para eles. É um ótimo negócio. Estou muito feliz por eles. O que vou sempre achar enquanto presidente da câmara é que temos aqui uma plataforma global”, afirmou Carlos Moedas. “Não há nenhum elefante na sala nem nada mais do que uma boa parceria”, frisou.
Para o autarca de Lisboa, Paddy Cosgrave “é um grande líder e é um homem que sabe resolver problemas”. “A Web Summit foi o pai e a mãe do ecossistema internacional. Antes não éramos internacionais nem estávamos no mapa mundial das startups”, recordou, no encontro mensal “Above and Beyond Hangout”, promovido pela Startup Portugal.
O fundador da Web Summit explicou que é defensor do modelo utilizado pelo Fórum Económico Mundial, em que há um evento anual e outros eventos regionais, e destacou a recente aposta da Web Summit em Tóquio, que acabou por ser cancelada por causa da pandemia. Paddy Cosgrave entrou na onda de Carlos Moedas e teceu elogios à capital portuguesa: “Um dos maiores desafios de Lisboa é ser tão dinâmica e a darling da Europa. Já ninguém me pergunta «porquê Lisboa?».
Mesmo sem pergunta, Carlos Moedas responde: “Lisboa tem uma boa base de talentos”. Em relação à famosa Fábrica de Unicórnios, o presidente da câmara explicou que é apenas uma “metáfora” para um “local onde podemos ter a inovação e um processo que leva essa inovação para uma empresa” e deu exemplos de casos desses a nível internacional, entre os quais a Rocket Internet em Berlim ou a Y Combinator.
“Por vezes, a Europa não tem um processo de inovação, que é um processo muito difícil e consiste em criar hubs onde as pessoas seguem esse processo até chegarem a serem grandes empresas. É aqui que queremos o apoio da Web Summit”, referiu.
Banco Português de Fomento vai apoiar mais startups
A CEO do Banco Português de Fomento (BPF) garantiu que a instituição financeira pretende alavancar a vertente empreendedora e deixar mais de parte a conotação de que só presta apoio a organizações de maior dimensão. No final de janeiro, o BPF lançou dois programas de auxílio à capitalização de empresas no valor total de 650 milhões de euros, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Os programas de capitalização têm sido interpretados apenas como capitalização para empresas mais maduras, mas esse não é o único e maior propósito. Sim, começámos com as empresas mais afetadas pela Covid-19, foi esse o nosso principal foco até ao final deste primeiro semestre, mas estamos a pensar fazer vários programas para startups e early-stage”, disse Beatriz Freitas, no debate “Business Abroad: Countdown To Collision”.
A presidente do BPF deixou ainda conselhos aos jovens empresários que vão participar na Web Summit ou no Collision: “Prepararem-se bem para o evento: saibam quem serão os oradores, porque as startups também vão para estes eventos para aprender, e conheçam bem a concorrência e os investidores”. “O networking, que é muito importante. O investimento na presença é um investimento no crescimento da empresa”, assegurou, na sessão moderada pelo diretor da Startup Portugal, António Dias Martins.
O Collision, que Carlos Moedas caracterizou como “um bocadinho de Web Summit”, vai realizar-se nos próximos dias 20, 21, 22 e 23 de junho, na cidade de Toronto, no Canadá. A conferência, que regressa ao país das cataratas do Niágara três anos depois, vai reunir mais de 33 mil participantes e cerca de 1.250 startups em mais de 20 palcos. Ou seja, cerca de metade da dimensão da Web Summit em Lisboa.
Antes do Collision 2022, a Startup Portugal uma parceria com a Web Summit para contar histórias de empreendedores que passaram (ou estão a passar) por um processo de internacionalização das suas startups e estão disponíveis para partilhar experiências e dicas para aqueles que irão em seguida. Os porta-vozes da Emotai, Splink e SheerMe também estiveram no palco a partilhar as dores de crescimento.
Se queremos que Portugal seja a capital da inovação precisamos de focar-nos em scale-ups e em levar as empresas para outro nível – Carlos Moedas
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