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Xi Jinping: “Vinho, azeite e amigo, quanto mais antigo melhor”

Presidente chinês foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém. Em conferência de imprensa conjunta, realçou a “confiança política e a cooperação pragmática” que une os dois países.
  • Cristina Bernardo
4 Dezembro 2018, 17h38

O presidente chinês, Xi Jinping, referiu esta terça-feira que existem cada vez mais pontos de convergência entre Portugal e China, na conferência de imprensa conjunta, com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém.

“Vinho, azeite e amigo, quanto mais antigo melhor”, disse Xi Jinping, recordando o provérbio português para descrever a relação sino-portuguesa.

Xi Jinping salientou que o convite oficial para que Marcelo Rebelo de Sousa visite a China no próximo ano, a propósito da segunda edição do fórum da “Rota da Seda” e que o homólogo português aceitou.

“Acabei de realizar um encontro a sós [com Marcelo Rebelo de Sousa], onde chegámos a vários consensos”, sublinhou.

O líder chinês realçou a “confiança política e a cooperação pragmática” que une os dois Estados, identificando um crescente número de pontos de convergência.

Xi Jinping antecipou ainda que no próximo ano, o Império do Meio continuará comprometido com “o multilateralismo e o comércio livre”, ainda que tenha focado a importância das relações bilaterais.

Antes da conferência de imprensa, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu o presidente chinês na Praça do Império, numa cerimónia com honras militares e à noite dará um jantar em sua honra, no Palácio de Belém.

A visita de dois dias do presidente chinês continua amanhã, com um encontro com Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República e com o primeiro-ministro António Costa, onde serão assinados 19 acordos em diversas áreas.

O investimento chinês cresceu substancialmente em Portugal desde 2011, estando o capital chinês presente em empresas como a EDP, REN, BCP, entre outras. A visita do líder chinês acontece numa altura decisiva para os investimentos chineses no setor energético português.

Por um lado, cresce a pressão política e regulatória no sentido de uma redução das chamadas “rendas” da energia. Em 2012, quando a China Three Gorges (CTG) entrou no capital da EDP, durante a última fase de privatização da empresa, as “rendas” energéticas pareciam asseguradas. Mas este cenário mudou nos últimos anos, causando visível desagrado nos chineses, que têm insistido no cumprimento do que consideram ser compromissos assumidos pelas autoridades portuguesas aquando da privatização da EDP e da REN.

Por outro lado, está em curso uma OPA da CTG sobre a EDP. Seis meses após o anúncio, o negócio aguarda a aprovação dos reguladores na Europa e nos EUA, tendo o calendário para as aprovações regulatórias passado do final deste ano para o início do próximo.

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