O economista Yannis Dragasakis, vice-primeiro-ministro e responsável pela coordenação económica no novo Governo grego, é o único membro do executivo de Alexis Tsipras com experiência governativa e um dos autores do programa económico do partido Syriza.
Após as eleições de maio de 2012, nas quais o Syriza se tornou a segunda força política do país, Dragasakis começou a elaborar, juntamente com o novo ministro do Fomento, Yorgos Stathakis, o denominado “Programa de Salónica”, um conjunto de medidas para enfrentar a crise humanitária e reativar a economia grega, que foi determinante para a vitória do partido de esquerda nas eleições legislativas de domingo.
Dragasakis nasceu em 1947 em Creta e universidade tornou-se ativista nas juventudes da Esquerda Democrática Unida (EDA), único partido de esquerda com atividade legal no período entre o fim da guerra civil, em 1949, e a queda da ditadura dos coronéis, em 1974.
Durante a ditadura, participou na resistência e quando esta terminou, entrou para o Partido Comunista Grego (KKE).
Em 1989, foi eleito deputado da Synaspismos, uma coligação de esquerda formada pelo KKE, pelo pequeno partido Eurocomunista e por diversos grupos de inspiração social-democrata, que posteriormente, em 2004, se transformou no Syriza, já sem a presença do KKE.
De novembro de 1989 a abril de 1990, ocupou a pasta de vice-ministro da Economia no Governo de União Nacional presidido por Xenofon Zolotas.
Em 1991, quando, após o desmembramento da União Soviética houve uma cisão dentro do KKE, Dragasakis foi uma das figuras mais destacadas da minoria do partido que optou pela permanência na coligação de esquerda.
É deputado desde 1996, com duas interrupções, no período entre 1996 e 2000 e entre 2009 e 2012.
Na anterior legislatura, ocupou o cargo de vice-presidente do parlamento, foi membro da comissão de Economia e Orçamento e membro da delegação grega na sessão parlamentar da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).
OJE/Lusa