Zero chumba três dos projetos portugueses para exportação de hidrogénio verde

Para estes projetos, a associação defende o uso racional do hidrogénio no local de origem e que a produção tem de ser “o mais próximo possível dos locais de consumo”, onde devem existir indústrias mais intensivas e grandes infraestruturas de transportes difíceis de descarbonizar. 

A associação ambientalista Zero apontou que o hidrogénio verde “não deve ser transportado em estado puro ou liquefeito sob pena de elevadas perdas de energia no processo” de exportação. Em comunicado, a Zero aponta “um enorme equívoco em quase todos os projetos” apresentados pelo governo português à Comissão Europeia referentes à exportação de hidrogénio.

“Todos partem do princípio de que o hidrogénio deve ser usado como os combustíveis fósseis, que são extraídos do subsolo em algumas regiões do globo e transportados a longas distâncias para os centros de consumo”, adianta a Zero em comunicado. No entanto, a Zero detalha que o hidrogénio verde pode ser produzido em qualquer lugar desde que exista água e energia renovável.

Para estes projetos, a associação defende o uso racional do hidrogénio no local de origem e que a produção tem de ser “o mais próximo possível dos locais de consumo”, onde devem existir indústrias mais intensivas e grandes infraestruturas de transportes difíceis de descarbonizar.

“Uma rede de distribuição de hidrogénio pode ser altamente ineficiente e contribuir para agravar os preços ou os impostos a pagar pela energia a consumir, para além dos riscos não avaliados de fuga de hidrogénio que podem ter implicações de segurança e mesmo no clima”, podendo levar a uma ineficiência energética e a um aumento dos custos.

Assim, tendo em conta esta problemática, a associação chumbou três projetos para a exportação de hidrogénio que estão a concorrer para serem financiados por fundos europeus. Portugal apresentou um total de quatro projetos: rede de distribuição de hidrogénio, gasoduto entre Celorico da Beira e Zamora, terminal de liquefação e exportação de hidrogénio em Sines e electrolisados de 400MW em Sines. Ainda que não tenha chumbado o projeto de Sines, a Zero pede a sua reavaliação.

No caso da rede de distribuição, a entidade nota que “está por avaliar a aplicação do princípio da eficiência energética” e que é necessário demonstrar que o potencial de produção de eletricidade renovável com recurso à energia eólica produzida pelas turbinas que se encontram ao largo da Figueira da Foz. Em relação ao gasoduto, a Zero não acredito que o transporte do hidrogénio até à instalação será mais eficiente que o transporte de eletricidade renovável.

Relativamente ao terminal, a Zero nota que falta demonstrar que o hidrogénio ali produzido “não tem um uso mais eficiente nas indústrias que já existem instaladas na região”. Já por Sines, a associação considera que a instalação do eletrolisador é “positivo” mas desaprova algumas utilizações planeadas, nomeadamente “a sua liquefação e injeção em tubulação ou o seu uso em edifícios, veículos leves e logística urbana”.

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