Os proprietários das cerca de 50 casas de madeira localizadas no Zmar Eco Campo Resort, em Odemira, foram notificados para desocupar o parque de campismo, de acordo com informação avançada esta sexta-feira pelo ECO. A mesma publicação avança que a espanhola Sunny Resorts está prestes a fechar a compra do Zmar, em processo de insolvência, por cerca de dez milhões de euros.
A Sunny Resorts terá que enfrentar outros 140 proprietários, que viram os seus contratos reconhecidos pelo tribunal, e que reclamam indemnizações de cerca de 30 mil euros cada um. Na carta divulgada pelo ECO, é possível perceber a empresa espanhola pede que os 50 proprietários abandonem o espaço em 60 dias.
“A Multiparques cedeu temporariamente a V. Exa. a utilização do referido alvéolo [parcela de terreno] para utilização e instalação de um equipamento móvel de alojamento, mediante o pagamento de uma retribuição mensal. Pelo presente fazemos cessar, com efeitos imediatos, o contrato. Por outras palavras, uma vez que deixa de ser possível que a insolvente [Multiparques] cumpra a prestação principal a que se obrigou — isto é, a de ceder o uso temporário de um concreto alvéolo — tal determina igualmente a cessação do contrato”, diz a carta a que o ECO teve acesso.
“A Câmara de Odemira fez saber que a desocupação efetiva por parte de todos os ‘UL Campers’ é condicionante para o processo de licenciamento do Zmar. Esta realidade, superveniente à celebração e execução do contrato, e que nos é alheia, torna impossível a manutenção da vigência do contrato e determina, de forma permanente e absoluta, a impossibilidade de a Multiparques continuar a disponibilizar o respetivo alvéolo” continua a referir a mesma carta.
Ao ECO a autarquia diz que está apenas a cumprir a lei e que não é sua vontade tirar pessoas do parque.
O Zmar, diz o ECO, foi criação de Francisco de Mello Breyner, da família Espírito Santo. Trata-se de 81 hectares de terreno, inseridos na Reserva Agrícola Nacional (RAN) e na Reserva Ecológica Nacional (REN). O Zmar entrou em insolvência em março de 2021. Cerca de 420 credores reclamam créditos de mais de 40 milhões de euros, de acordo com o ECO.