[weglot_switcher]

Zuckerberg diz que o Facebook não teria tido sucesso sem leis que encorajam a concorrência

Os responsáveis pelos quatro gigantes tecnológicos Google, Amazon, Facebook e Apple (GAFA) vão ser questionados no Congresso, no quadro de um inquérito sobre eventuais abusos de posição dominante e sobre a pertinência de leis anticoncentração existentes. Também Sundar Pichai (Alphabet, empresa-mãe da Google), Tim Cook (Apple) e Jeff Bezos (Amazon) serão ouvidos.
29 Julho 2020, 09h03

O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, disse que a empresa, “orgulhosamente americana”, não teria tido sucesso sem “leis que encorajam a concorrência e a inovação”.

De acordo com extratos do discurso consultado pela agência France-Presse da audiência de Zuckerberg no Congresso norte-americano, prevista para esta quarta-feira, o fundador do Facebook defende a sua plataforma, acusada tanto pela esquerda como pela direita de se tornar demasiado dominante.

Os responsáveis pelos quatro gigantes tecnológicos Google, Amazon, Facebook e Apple (GAFA) vão ser questionados no Congresso, no quadro de um inquérito sobre eventuais abusos de posição dominante e sobre a pertinência de leis antitrust (anticoncentração) existentes. Além de Zuckerberg, também Sundar Pichai (Alphabet, empresa-mãe da Google), Tim Cook (Apple) e Jeff Bezos (Amazon) serão ouvidos.

No discurso a que a AFP teve acesso, Zuckerberg apela em particular ao patriotismo económico dos eleitos.  “Acreditamos em certos valores — democracia, concorrência, inclusão, liberdade de expressão — sobre os quais a economia americana foi construída”, refere, salientando não existirem garantias de que esses valores irão vingar, fazendo uma comparação com o mercado chinês.

“A China, por exemplo, está a construir a sua própria versão da Internet sobre ideias muito diferentes e a exportar essa visão para outros países”, declara.

Mark Zuckerberg já tinha utilizado este argumento numa audição de outubro, sobre o seu projeto de uma moeda digital, perante a Comissão de Serviços Financeiros do Parlamento Europeu. Nessa ocasião, disse também que, na sua opinião, os governos e os reguladores devem “desempenhar um papel mais ativo” na “atualização das regras da Internet” em termos de moderação de conteúdos.

No discurso esta quarta-feira conhecido, o milionário antecipa as críticas previsíveis que provavelmente enfrentará. Muitos democratas e a sociedade civil pronunciaram-se contra esta rede social, que acreditam ser demasiado laxista a lidar com mensagens e vídeos de extrema-direita ou algumas das observações insultuosas do Presidente dos EUA, o republicano Donald Trump.

Os republicanos, por outro lado, sentem-se censurados por plataformas com sede em Silicon Valley, Califórnia, um reduto democrata.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.