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50 empresários brasileiros procuram reforçar negócios com portos nacionais

A missão ‘Brasil Export’, apoiada pela APP – Associação dos Portos de Portugal, esteve esta semana a visitar os cinco maiores portos nacionais – Aveiro, Leixões, Lisboa, Setúbal e Sines – com a finalidade de estabelecer novas oportunidades comerciais entre os dois países.
11 Março 2022, 19h33

A missão ‘Brasil Export’, que integra mais de 50 empresários e representantes de entidades do Brasil ligadas ao sector portuário, encerrou hoje, dia 11 de março, em Lisboa, tendo visitado, ao longo de cinco dias, os portos de Aveiro, Leixões, Setúbal, Lisboa e Sines.

A ‘Brasil Export’, missão apoiada pela APP – Associação dos Portos de Portugal, teve como objetivo apresentar o sistema portuário nacional e a oferta logística associada a este conjunto de decisores brasileiros.

Nestas visitas aos cinco maiores portos nacionais, os membros da ‘Brasil Export’ contactaram com os ‘stakeholders’ nacionais com a finalidade de estabelecer novas oportunidades de negócio entre os dois países.

Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e da Habitação, presidiu à sessão de encerramento desta missão, tendo salientado que os dois países devem trabalhar em conjunto para “conseguir que o centro da globalização volte ao Atlântico”.

Segundo um comunicado do Ministério das Infraestruturas, lideraram a comitiva brasileira o secretário executivo do Ministério da Infraestrutura do Brasil, Marcelo Sampaio; o senador Wellington Fagundes; o presidente da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura; e o secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni.

“Durante a cerimónia, o Ministro Pedro Nuno Santos procedeu ainda à homologação do protocolo recentemente assinado digitalmente entre a APP e a ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários (do Brasil). Este protocolo tem como objeto aprofundar a análise dos tráfegos portuários dos Países de Língua Portuguesa, com vista à produção de informação que contribua para a melhoria na gestão portuária e a um maior conhecimento dos mercados dos países envolvidos”, assinala o referido comunicado.

Por seu turno, a APS – Administração dos Portos de Sines e do Algarve, salienta, também em comunicado, que a visita da missão ‘Brasil Export’ ao porto de Sines incluiu uma sessão de auditório que contou com apresentações da autoridade portuária; da AICEP Global Parques, que gere a zona industrial e logística adjacente; e da Comunidade Portuária e Logística, que apresentaram as oportunidades oferecidas ao mercado brasileiro.

“O programa contou ainda com uma apresentação do projeto JUL – Janela Única Logística, já implementado no porto de Sines, e dos benefícios que acarreta para os ‘stakeholders’ da cadeia logística, numa visão intermodal. Recorde-se que o governo brasileiro tem em curso, o desenvolvimento de um sistema de digitalização dos processos portuários denominado ‘Porto sem Papel'”, adianta o comunicado da APS.

A administração do porto de Sines acrescenta que nesta sessão estiveram ainda presentes representantes de empresas que operam em Sines, “fomentando-se o ‘networking’ empresarial”, além de referir que “a comitiva teve ainda oportunidade de visitar, ‘in loco’, os terminais portuários especializados do porto de Sines”.

“O mercado brasileiro é muito importante para o porto de Sines, que oferece ligações regulares de carga contentorizada, sendo de particular relevância no que respeita ao mercado do agronegócio, tendo o porto potencial para posicionar-se como porta de entrada para este tipo de produtos, não só para a Península Ibérica, como também para a Europa e norte de África”, defende a APS.

Também o porto de Lisboa foi visitado pela missão ‘Brasil Export’. Em comunicado, a APL – Administração do Porto de Lisboa esclarece que “o porto de Lisboa recebeu uma comitiva da ‘Brasil Export’, o fórum permanente dos sectores de transportes e logística do Brasil, que promove debates temáticos e visitas técnicas aos principais portos internacionais”.

“A visita envolveu operadores portuários e de logística daquele país sul-americano, que gerou 1,2 mil milhões de toneladas de carga em 2021, com um crescimento de 4,8%, face a 2020”, revela o comunicado da APL.

Segundo os responsáveis do porto de Lisboa, a visita arrancou na Gare Marítima de Alcântara com uma apresentação do porto de Lisboa, garantida por intervenções da APL e alguns concessionários com atividade na infraestrutura portuária da capital, que movimentou cerca de 10 milhões de toneladas em 2021, com um crescimento de 5% face a 2020.

José Castel-Branco, administrador da APL, destacou as ‘Vantagens Competitivas do Porto de Lisboa’, sublinhando o facto de “ser uma infraestrutura com elevada flexibilidade dos seus diversos terminais de carga, e com apostas claras na eficiência operacional e na mitigação de emissões poluentes resultantes da sua atividade”.

De acordo com o mesmo comunicado da APL, José Castel-Branco realçou que “o porto [de Lisboa] se caracteriza por destinar mais de 40% da sua carga para consumo final que abrange uma vasta área do país e se estende para além da fronteira com Espanha”, além de assegurar ainda a movimentação de carga com as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

José Castel-Branco “apresentou ainda alguns projetos em curso que visam dotar o porto de Lisboa de novas capacidades, como sejam o projeto para abastecimento de eletricidade a navios em porto, em especial os de cruzeiros, e o projeto de mobilidade fluvial, até ao terminal de contentores de Castanheira do Ribatejo”.

“Projeto este que irá reduzir custos, emissões poluentes e melhorar a capacidade operacional de Lisboa para carga contentorizada, mantendo o equilíbrio da dicotomia Lisboa-cidade/Lisboa-porto”, garantem os responsáveis da APL.

Por seu turno, Pedro Virtuoso, da ETE-Empresa Tráfego e Estiva, fez uma breve apresentação do Grupo ETE, que tem três concessões no porto de Lisboa, além de destacar o projeto de ‘Navegabilidade até Castanheira do Ribatejo’, “que permitirá uma redução de 80% de emissões de gases com efeito estufa, uma vez aprovada pelas autoridades a esperada expansão do terminal de contentores, que vai reduzir o transporte rodoviário de contentores, favorecendo o transporte por via fluvial”.

Diogo Vaz Marecos, da Liscont/YILPORT Ibéria, destacou o investimento de 123 milhões de euros em curso, que aumenta significativamente a capacidade do TCL-Terminal de Contentores de Lisboa, “tornando-o mais eficiente, mais sustentável relativamente a emissões poluentes e com melhores acessos rodoviários e ferroviários”. Diogo Vaz Marecos reforçou ainda o facto de o porto estar a operar de forma regular sem perturbações da sua atividade.

Por fim, Francisco Cruz, da Ership Lisboa, concessionária do TMB–Terminal Multiusos do Beato, recordou o investimento realizado no desenvolvimento do TMB, a operação com particular especialização na área alimentar, com soluções para frio, óleos, soja e outros, e a sua operação também nos terminais da Sovena e da Silopor.

 

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