Nos últimos anos, o mercado de Exchange-Traded Funds (ETF) vem crescendo continuamente e tornou-se uma opção viável para investidores individuais e institucionais que pretendem manter posições de investimento a longo prazo rentáveis.

Entre 2008 e 2023, o mundo viu-se confrontado com três crises que tiveram grande impacto nos mercados financeiros: a crise da dívida soberana, a pandemia do Covid-19 e o início da invasão da Rússia à Ucrânia. Nestes períodos, a procura por ETF foi geralmente elevada, pois a constituição destes produtos financeiros possibilita que os níveis de risco sejam relativamente baixos, mesmo em períodos de recessão.

Existem diversos produtos financeiros que competem com os ETF, mas os mais significativos são os fundos de investimento, não só pelas características em comum, como também pelas suas formas de gestão. Na sua composição, ambos albergam um cabaz de ações e obrigações e outros títulos financeiros, o que permite a redução do risco e menores consequências às oscilações dos valores das carteiras causados por fenómenos económicos recessivos, tais como crises ou estimativas de baixo crescimento do produto.

Relativamente às formas de gestão, os ETF representam a gestão passiva, pois acompanham índices de mercado. Por outro lado, os fundos de investimento exibem tanto uma gestão passiva tanto ativa. Por norma, as famílias optam por investir as suas poupanças nos ETF em vez dos fundos de investimento por verem mais vantagens nos primeiros. 

Os ETF têm custos inferiores, e embora impliquem  ambos custos desnecessários de subscrição e de gestão transparentes e não transparentes, no cômputo geral, os ETF pesam menos nas carteiras dos investidores. Um outro critério muito importante da escolha das aplicações financeiras é a diversificação do produto financeiro escolhido, e, neste campo, os ETF potencializam uma maior diversidade do risco. Por último, existe também uma maior transparência da composição das carteiras de ETF em relação aos fundos de investimento.

A digitalização e o incremento da tecnologia nas economias mundiais potenciaram a difusão destes veículos de investimento, tornando-os mais acessíveis e fáceis de usar para uma gama mais ampla de investidores. Um grande exemplo deste avanço é o caso do Revolut. Um dos neobanks com maior crescimento de mercado, introduziu em 2023 mais de 100 ETF na sua plataforma para os clientes pertencentes ao Espaço Económico Europeu, e ambiciona continuar a expandir a oferta.

De acordo com a SEON, atualmente, há cerca de 1,5 milhões de utilizadores do Revolut em Portugal, e as previsões apontam para que este valor atinja os 3,3 milhões de utilizadores, representando um aumento significativo de 129%. Apesar do segmento core de investidores de ETF serem pessoas com idades compreendidas entre os 35 e os 54 anos, espera-se que, no futuro, esta estrutura se altere para investidores mais jovens.

A imposição de diversos desafios no futuro permitirá a expansão do mercado de ETF, proporcionando um maior leque de opções de investimento para os investidores.

O artigo exposto resulta da parceria entre o Jornal Económico e o ITIC, o grupo de estudantes que integra o Departamento de Research do Iscte Trading & Investment Club.