No entanto, à medida que se aproxima o processo de negociação do Orçamento do Estado para 2019 e também as duas eleições (europeias e legislativas) agendadas para esse mesmo ano, os conflitos e tensões (já existentes, ainda que em modo de baixa intensidade) entre o PS e os parceiros mais à esquerda (PCP, PEV e BE) deverão intensificar-se ao longo de 2018.
Desde as discordâncias de fundo quanto à renegociação da dívida, cumprimento das regras do euro ou redução do défice, até ao investimento nos serviços públicos (com especial incidência em transportes e saúde), reversão de privatizações (destaque para os CTT), extinção de parcerias público-privadas (está em curso uma batalha ideológica envolvendo a preparação da nova lei de bases da saúde), aumento dos salários e pensões, reforma da floresta, legislação laboral, rendas excessivas do setor da energia, entre outras. Há imensos focos de conflito e tensão.
E entretanto poderão surgir novos focos, na medida em que tanto o PCP como o BE vão marcar o seu terreno político e delimitar cada vez mais a sua autonomia em relação ao Governo do PS. Sobretudo em torno do Orçamento do Estado para 2019, o último da legislatura em curso e muito provavelmente um dos principais temas da campanha para as subsequentes eleições europeias e legislativas).
Objetivo primordial? Evitar a formação de uma maioria absoluta do PS em 2019. Maior risco que enfrentam? Os conflitos escalarem até um ponto de não retorno, ou seja, de incompatibilização entre os partidos, atirando o PS para um entendimento mais ao centro-direita (com PSD ou CDS-PP), por mais improvável que esse cenário pareça ser neste momento.
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