[weglot_switcher]

A independência da Catalunha “seria o fim da Europa”, diz Manuel Valls

O ex-primeiro-ministro da França, que nasceu em Barcelona, afirma que é possível pensar que as consequências do referendo catalão não irão afetar os restantes países europeus. “Desfazer a Espanha é desfazer a Europa”, sustenta.
6 Outubro 2017, 16h20

O antigo primeiro-ministro francês, Manuel Valls, defendeu esta sexta-feira que a criação de um Estado independente na Catalunha seria o fim para o projeto europeu e daria azo a novas tentativas de autodeterminação de outras regiões europeias. Manuel Valls, que nasceu em Barcelona, diz estar a acompanhar atentamente a crise política na Catalunha e assegura que “o que ocorrer na Catalunha e na Espanha vai ser de extrema importância para toda a Europa”.

Filho de mãe italiana e pai catalão, Manuel Valls conta ao canal francês BFM TV que olha para a crise gerada entre a Catalunha e Madrid, na sequência do referendo do passado domingo que deu vitória ao ‘sim’ à independência da comunidade autónoma catalã e da intransigência do Governo espanhol em considerar a consulta popular ilegal, com grande “preocupação”. O ex-líder do Partido Socialista francês afirma que é possível pensar que as consequências do referendo catalão não irão afetar os restantes países europeus.

“A Espanha é um dos Estados-nação mais importantes da Europa, como França e a Inglaterra, e se uma região da Espanha, especialmente a Catalunha, pode ser independente, isto supõe de certa maneira o fim do que é a Europa”, sustentou. “Se abrimos o caminho para a independência, amanhã será o País Basco, depois o País Basco francês, o norte da Itália. Desfazer a Espanha é desfazer a Europa”.

Manuel Valls apela ainda aos líderes comunitários a reforçarem a ideia de que, se for reconhecida a independência da Catalunha, o “país” estará automaticamente de fora da União Europeia.

“Não acredito que exista um futuro possível para a Catalunha isolada da Europa. Este futuro será dentro de uma base espanhola”, acrescenta o socialista francês.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.