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A inflação é a ‘inimiga invisível’ da poupança

A inflação é a subida generalizada dos preços e no longo prazo afeta o seu poder de compra e a sua poupança. Investir o seu capital pode permitir contornar os efeitos nocivos da inflação.
  • Philimon Bulawayo/REUTERS
19 Novembro 2018, 17h00

Os portugueses poupam pouco, quando comparados com os congéneres europeus. Segundo os dados do Eurostat, divulgados em julho, os portugueses poupam, em média, 4% do seu rendimento disponível. A taxa de poupança das famílias portuguesas, que é calculada dividindo a poupança pelo total do rendimento disponível num agregado familiar, está seis pontos percentuais abaixo da média europeia.

Poupar é um comportamento que todos nós deveríamos fazer habitualmente porque permite amealhar uma ‘almofada’ de capital para fazer face a despesas imprevisíveis, como problemas de saúde, um acidente de viação ou porque pretende comprar aquele vestido que acabou de ver numa loja.

No entanto, poupar em demasia também pode ser prejudicial para o seu capital. De acordo com o BIG – Banco de Investimento Global, existe um inimigo silencioso que retira valor a cada euro poupado: é a inflação.

A inflação é o nome que se dá à subida generalizada dos preços de bens de consumo. Por outras palavras, isto significa que, com a taxa de inflação de 2% em 2018, segundo o Fundo Monetário Internacional, os bens de consumo que compõem o cabaz de produtos que servem de cálculo à taxa de inflação, vão aumentar 2%. Assim, aquilo que custava 5 euros em 2017, este ano custa  5,1 euros – pelo mesmo produto, em 2018 paga mais dez cêntimos de euro. A inflação afeta, assim, o seu poder de compra.

A inflação retira poder compra à sua poupança se esta não estiver aplicada, como acontece no caso de ter o seu dinheiro poupado numa conta corrente, que não lhe paga juros, o que equivale a ter o seu capital ‘debaixo do colchão’. Assim, cada euro que tem poupado perde poder de compra por causa da inflação.

O BIG dá um exemplo concreto. Imagine que, daqui a dois anos, decide ir fazer uma viagem que custa, hoje, 1.200 euros. Assim, decide começar a poupar 50 euros por mês a partir de hoje. Ao fim de 24 meses, terá 1.200 euros poupados. No entanto, supondo uma taxa de inflação anual de 5%, daqui a dois anos, o preço da sua viagem terá aumentado para 1.320 euros e ainda vai precisar de 12o euros adicionais.

“Se se limitar as suas poupanças no banco, intocadas, então vencer esta guerra com a inflação será bastante difícil”, diz o BIG. “Se o investimento é um mecanismo importantíssimo para fazer render o seu dinheiro e alcançar os seus objetivos financeiros”.

Assim, uma vez que ao longo do tempo, a inflação afeta o seu poder de compra e ameaçar as suas reservas financeiras, pode aplicar o seu capital para contornar os efeitos nocivos da inflação. Opte por uma estratégia de investimento diversificada, que poderá passar por depósitos a prazo, obrigações do Tesouro ou de empresas, na compra de ações cotadas em bolsa ou em imobiliário.

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