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A partir de janeiro é necessário reservar e pagar taxa para entrar em Veneza

A partir de 16 de janeiro de 2023 será obrigatório reservar a entrada e pagar taxa na cidade italiana de Veneza, que se tornará a primeira do mundo a adotar este sistema para controlar o turismo de massas, anunciou hoje a Câmara Municipal.
2 Julho 2022, 12h03

“É certamente um método complexo, que não ganhará aplausos imediatos ou consenso eleitoral, mas será um marco no modelo turístico do futuro”, disse o vereador com o pelouro do turismo da cidade, Simone Venturini, numa conferência de imprensa.

A partir de 16 de janeiro, para entrar na emblemática Cidade dos Canais, local Património da Humanidade, terá de ser feita a reserva, “com alguns meses de antecedência”, através de um sistema ´online`,  e pagar uma taxa de entrada entre três e 10 euros.

Como acontece nos comboios ou aviões, se os turistas reservarem com bastante antecedência, o preço será mais baixo, porque permitirá uma melhor gestão dos fluxos turísticos, salientou o conselheiro Michele Zuin.

A cidade, frisou, “nunca será fechada”, mas haverá um número máximo de turistas que poderão entrar diariamente e, se esse limite for ultrapassado, os que chegarem terão de pagar mais, e isto também se aplicará aos passageiros dos navios de cruzeiro.

O sistema de reserva e pagamento de bilhetes continuará, em qualquer caso, a ser desenvolvido e continuamente monitorizado para possíveis alterações ou melhorias.

“Como a primeira cidade do mundo a experimentar este sistema (…) seria arrogante acreditar que tudo funcionará perfeitamente no estalar de um dedo. Será um processo que pode ser melhorado”, disse Venturini, que definiu outras medidas para fazer face à grande afluência de turistas.

Ficarão isentos da reserva e pagamento os visitantes que durmam na cidade, uma vez que já pagarão o imposto diário de pernoita nos seus hotéis (4,50 euros durante um máximo de cinco dias).

A isenção aplicar-se-á também aos residentes, trabalhadores em Veneza e nas suas ilhas menores, aos nascidos em Veneza, estudantes, proprietários, crianças com menos de seis anos, deficientes e seus acompanhantes ou aos que recorrem aos hospitais.

Os residentes da região de Veneto, os participantes em eventos desportivos, os administradores públicos, as autoridades em missão, os voluntários de emergência ou os elementos das Forças Armadas também não serão taxados.

O município introduzirá um sistema de controladores e multas até 300 euros para aqueles que não provarem ter direito à isenção e para aqueles que mentiram para obter essa vantagem.

“Fazer turismo e desfrutar desta cidade será mais bonito se reservar”, realçou Zuin, que insistiu que Veneza “nunca” será fechada a “ninguém”.

A procura turística em Veneza não tem parado de crescer. Em 2019, antes da pandemia, a cidade registou 5,5 milhões de visitantes e quase 13 milhões de dormidas, enquanto a população local do centro histórico continua a diminuir, para cerca de 50.000 habitantes.

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