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A questão da dívida portuguesa “não pode ser deixada de lado” no médio prazo, avisa Paolo Gentiloni

O Comissário Europeu para a Economia diz que Portugal é um dos países que deve apoiar a sua economia, alertando que não o fazer levará a um aumento da divergência entre os Estados-Membros. Adverte, no entanto, que no médio prazo a sustentabilidade orçamental não poderá ser esquecida.
18 Novembro 2020, 11h17

Portugal é um dos seis países europeus que no médio prazo devem ter em atenção o elevado endividamento, mesmo que para já todos os esforços devam ser endossados para a resposta orçamental à crise. A observação é do Comissário Europeu para a Economia, Paolo Gentiolini, numa entrevista conjunta a cinco meios de comunicação europeus: o Jornal Económico, o francês Le Monde, o El Español, o grego Kathimerini e o alemão Wirtschaftswoche.

“Esses seis países [Portugal, Bélgica, França, Grécia, Itália e Espanha], dado o nível de endividamento, é-lhes pedido que considerem a sustentabilidade orçamental no médio prazo. Repito de forma um pouco obsessiva: no médio prazo porque não podemos enviar mensagens contraditórias”, afirmou.

O responsável do executivo comunitário vincou que “a mensagem que estamos a enviar agora é uma mensagem de apoio orçamental”, salientando que se deverá aplicar tanto a países com um nível de dívida muito baixo, como para países como um nível de dívida muito elevado.

“Todos esses países devem apoiar as suas economias durante este período, porque caso contrário, o risco de aumentar a divergência entre os Estados-Membros europeus corre o risco de se tornar um risco prejudicial para a União”, disse.

Porém, o italiano advertiu que para Portugal, Bélgica, França, Grécia, Itália e Espanha “no médio prazo, a questão da dívida não pode ser deixada de lado”.

“Isto não muda a postura de apoio orçamental para 2021”, acrescentou, salientando que também não coloca em causa “continuar a adotar medidas de apoio adicionais, pois isto iria criar um risco maior do que o outro”.

Esta quarta-feira, a Comissão Europeia publicou os pareceres sobre os esboços orçamentais enviados pelos países à Comissão Europeia e as recomendações de política para a zona euro. Na análise aos Orçamentos, Bruxelas analisa sobretudo se as medidas de apoio orçamental previstas para 2021 são temporárias e caso não o seja se estão previstas medidas de compensação.

“A Comissão avaliou que todos os esboços dos planos orçamentais estão globalmente em conformidade com as recomendações do Conselho de 20 de julho de 2020”, refere o executivo, numa nota.

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