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ABAMA critica demagogia da GESBA e do secretário da Agricultura face aos bananicultores

A ABAMA diz que a GESBA foi constituída com a “falsa promessa de resolver os problemas” do sector da banana da Madeira, revolucionar o sector, e aumentar o rendimento ao produtor de banana, mas na realidade foi constituída para defraudar escandalosamente a ajuda comunitária”.
13 Julho 2023, 12h06

A Associação de Organizações de Produtores da Banana da Região Autónoma da Madeira (ABAMA) criticou as declarações “nojentas, ofensivas, e demagógicas” da Empresa de Gestão do Sector da Banana (GESBA) e do secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Humberto Vasconcelos, que têm sido feitas relativamente aos bananicultores.

A mesma associação manifestou preocupação com a gestão e falência da GESBA, acrescentando que isso faz reviver as mesmas orientações políticas que “levaram à falência da ILMA e levou os seus colaboradores para o desemprego e deixou milhões de dívida aos fornecedores, que ainda não sabemos quem pagou ou vai pagar”.

A ABAMA disse que o secretário da Agricultura “é a pessoa indicada” para falar em falências e má gestão, “até pela capacidade que revela em integrar na sua empresa pública regional, responsáveis por tais atos, muitos dos colaboradores da GESBA eram elementos/gestores das Cooperativas”.

Para a ABAMA o secretário da Agricultura “deve e tem o dever de denunciar a má gestão das cooperativas no Ministério Público e na União Europeia e “prová-las como responsável do sector, dado que sabe bem como o fazer”.

A associação lamentou também “a desorientação, desnorteio, desconhecimento, falta de carácter e a má-fé” do governante e da GESBA, “em afirmar que a GESBA pagou em 2022 mais de 22 milhões de Euros de banana aos produtores, atirando areia para os olhos dos agricultores e da população em geral, sabendo que a GESBA pagou só pouco mais de seis milhões de euros e os restantes são apoios da União Europeia segundo o relatório de contas de 2021”.

A ABAMA diz que a GESBA foi constituída com a “falsa promessa de resolver os problemas” do sector da banana da Madeira , revolucionar o sector, e aumentar o rendimento ao produtor de banana, mas na realidade foi constituída para defraudar escandalosamente a ajuda comunitária”.

A associação referiu que em 2006, retirando a ajuda comunitária, a banana paga ao produtor por categoria era: “Banana extra 0,60 cêntimos/kg; Banana de primeira 0,51 cêntimos/kg; Banana de segunda 0,30 cêntimos/kg”, e em 2022, tirando a ajuda comunitária, a GESBA paga ao produtor por categoria: “Banana extra 0,268 cêntimos/kg; Banana de primeira 0,178 cêntimos/kg; Banana de segunda 0,074 cêntimos/kg”.

A ABAMA questiona como é possível que a GESBA “receba a ajuda comunitária para a fileira da banana e seja a mesma a gerir, fiscalizar e atribuir a ajuda sem a fiscalização de uma identidade externa”, questionando também se não há conflito de interesses.

A associação defende que se proceda à “devolução da diferença do valor pago desde 2007 até a presente data e atualizar o valor da banana para 1,00 euro/kg mais as ajudas comunitárias, respeito pelos agricultores que estão a sofrer grandes dificuldades financeiras, com os aumentos dos produtos fitossanitários, luz, água, salários, etc”.

A ABAMA refere que está apostada em defender “apenas os interesses” dos produtores da banana da Madeira, “aqueles que metem as mãos na terra, defendem a qualidade do que se produz, valorizando a nossa ilha, quer para o turismo, quer a paisagem, quer o meio ambiente, como os postos de trabalho, alavancar a economia local e a marca banana Madeira”.

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