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Acordo entre BEI e IFD pode chegar aos 500 milhões para PME e ‘midcaps’

Numa primeira tranche, o BEI emprestou 100 milhões de euros à IFD e esta instituição estatal terá agora de angariar igual montante junto da banca privada para que as empresas possam utilizar na íntegra esta linha que, assim, pode chegar aos 200 milhões de euros.
26 Janeiro 2018, 18h40

O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) assinaram um protocolo que cria uma linha de crédito que, numa primeira tranche, pode chegar a um montante total de 200 milhões de euros, destinada a projetos de Pequenas e Médias Empresas (PME) e ‘midcaps’, empresas de capitalização média.

Numa primeira tranche, o BEI emprestou 100 milhões de euros à IFD e esta instituição estatal terá agora de angariar igual montante junto da banca privada para que as empresas possam utilizar na íntegra esta linha que, assim, pode chegar aos 200 milhões de euros.

Depois de esgotada esta primeira tranche, o acordo entre o BEI e o IFD prevê que uma segunda ou mais tranches possam ser ativadas, num valor global de mais 150 milhões de euros concedidos pelo BEI à IFD, tendo a instituição estatal portuguesa de angariar junto da banca privada uma quantia equivalente.

Desta forma, a linha de crédito do BEI e da IFD que hoje foi oficializada poderá chegar montante máximo de 500 milhões de euros, em duas ou mais tranches.

Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, à margem da cerimónia, disse, citado pela Lusa, que esta linha de financiamento se destina às “empresas que investem”, permitindo “mais estabilidade” nos projetos.

O governante adiantou que são “250 milhões” de euros que “vão financiar as PME, vão financiar as empresas que investem e que vão financiar com prazos melhores até 12 anos, com períodos de carência até quatro anos”.

No seu entender, este acordo entre o BEI e a IFD vai também permitir que as “PME tenham não só menores custos de financiamento, mas tenham também mais estabilidade para prosseguir os seus projetos, tendo a questão do financiamento resolvida e podendo ter um financiamento com maturidade apropriada aos projetos de investimento que estão a desenvolver”.

Segundo Manuel Caldeira Cabral, a linha de crédito vai também permitir o financiamento, não só das PME, “mas 20% do montante pode ir para as ‘midcaps’, são empresas de média dimensão”, salientando que estas empresas “podem ter aqui uma alavancagem ao seu financiamento para montantes que podem ir até 25 milhões de euros, que podem ir já para investimentos de grande dimensão”.

No âmbito deste acordo, a IFD assegurará que os intermediários financeiros contribuem com um montante pelo menos igual ao empréstimo do BEI, no montante de 100 milhões de euros, em benefício das PME e das ‘mdicaps’.

Cada PME poderá receber um financiamento até 12,5 milhões de euros enquanto as ‘midcaps’ poderão habilitar-se a fundos até 25 milhões de euros cada uma.

“O financiamento do BEI destina-se a financiar o crescimento económico sustentável e a criação de emprego em Portugal. O acordo entre o banco da UE [União Europeia] e a instituição promocional portuguesa apoiará projetos de investimento e o reforço do fundo de maneio, indústrias exportadoras inovadoras e empresas de diversos setores, em particular indústria, turismo, agricultura e silvicultura”, destaca um comunicado da IFD.

“O BEI congratula-se pela assinatura, hoje, do nosso primeiro acordo com a IFD. Os bancos e instituições promocionais nacionais são parceiros-chave do BEI em toda a União Europeia e trabalhamos de muito perto com eles para canalizar financiamento para PME, projetos de maior dimensão ou plataformas de investimento. Desta forma, estou convencido de que uma instituição promocional nacional em Portugal, completamente equipada para desenvolver atividades de ‘on-lending’, desempenhará um importante papel na economia”, salientou Román Escolano, vice-presidente do BEI, na cerimónia de assinatura deste protocolo.

Por seu turno, Alberto de Castro, presidente da IFD, defendeu que “este é um passo crucial no nosso caminho para nos tornarmos um verdadeiro banco promocional e cumprirmos a missão da IFD.

“Tal como os seres humanos, as instituições jovens podem beneficiar das parcerias com outras mais experientes. É desta forma que vemos o acordo com o BEI, estamos certos que será o primeiro de muitos no futuro”, garantiu este responsável da IFD.

 

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