Agricultura. 67% dos portugueses dá nota negativa ao trabalho do Governo

O trabalho desenvolvido pelo atual Governo no que diz respeito ao sector da agricultura merece nota negativa por parte dos portugueses.

Uma sondagem feita pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica  a pedido da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), indica que 67% dos portugueses classificam de “mau” e “muito mau”, o trabalho que tem sido desenvolvido pelo atual Executivo, em relação à agricultura, à alimentação e aos preços dos alimentos.

Por outro lado, 89% consideram como justas as reivindicações que o sector tem vindo a fazer nos últimos meses e veem como parca a resposta do Governo às mesmas, com apenas 11% dos inquiridos a referirem que os apelos dos agricultores foram atendidos.

“Os portugueses consideram que a água é um tema central da agricultura nacional e, por isso, dizem concordar fortemente com a necessidade de haver mais investimento em captação de água para fins agrícolas e em regadio em todo o país”, indica o estudo.

Como tal, 87% declaram mesmo que deveria ser reforçado, com a expansão de área de regadio a mais zonas do território alentejano.

Luís Mira, Secretário-Geral da CAP, afirma que “nos últimos anos, temos assistido a uma clara desvalorização política da pasta da Agricultura, consumada no esvaziamento progressivo das competências do Ministério da Agricultura, ao mesmo tempo que assistimos ao empobrecimento do discurso público em torno do sector agrícola que, quer queiramos ou não, é uma atividade vital para a economia portuguesa e um fator crucial para a coesão do país”.

Ricardo Reis, Diretor do CESOP, refere que “naturalmente, existem divergências na forma como os portugueses olham para a temática da Agricultura, mas observa-se, fundamentalmente, um consenso alargado sobre as matérias mais macro”.

Este inquérito foi realizado pelo CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a Confederação dos Agricultores de Portugal, durante os dias 10 e 19 de abril de 2023. O universo alvo é composto por cidadãos com 18 ou mais anos de idade, de nacionalidade portuguesa e residentes em Portugal. Foram obtidos 991 inquéritos válidos, sendo 50% dos inquiridos mulheres, 28% da região Norte, 21% do Centro, 35% da Área Metropolitana de Lisboa, 7% do Alentejo, 5% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores.