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Alerta amarelo na Argentina

Com o governo de Mauricio Macri a dar mostras de ter enormes dificuldades em suster a inflação, a envolvente no continente sul-americano também não ajuda.
11 Maio 2017, 07h40

A argentina continua a braços com uma inflação de enormes proporções, e as autoridades estão a ter uma grande dificuldade em resolver o problema. O banco central daquele país sul-americano voltou a alertar os cidadãos para as dificuldades que se vão sentir ao longo do próximo ano.

Segundo um relatório oficial daquela entidade reguladora, a inflação projetada será, nos próximos doze meses de 17,9%, um ponto percentual menos que a projeção anterior – mas muitos pontos acima das previsões do governo, que são de 12% a 17% no final do ano em curso. Mais cáusticas, algumas entidades privadas afirmam que em dezembro de 2017 a inflação pode estas nos 25%.

O governo argentino, liderado pelo liberal Mauricio Macri – que entendeu reverter uma série de políticas que vinham sendo seguidas pela sua antecessora, Cristina Kirchner – está a ter grandes dificuldades em voltar a alinhar a economia e em recuperar o investimento.

Depois de um primeiro momento em que Macri parecia ter o apoio dos Estados Unidos para ‘dar a volta’ à depauperada envolvente económica – o presidente anterior, Barack Obama, chegou a visitar o país – os tempos mais recentes voltaram a ser de contenção, com o novo presidente, Donald Trump, a dar mostras de estar muito pouco interessado em produzir investimentos que permitam a recuperação dos países da América Latina.

O próprio sub-continente não está a passar pelos melhores dias: para além do caso mais extremo da Venezuela, o Brasil – um dos motores da região e o maior parceiro comercial da Argentina, responsável pela compra de quase 33% das exportações – também está submerso em problemas económicos que o governo de Michel Temer não consegue resolver, o que acaba por transmitir-se em maior ou menos grau a todos os países latinos.

No ano passado, a economia argentina apresentou um crescimento negativo da ordem dos 1,8%, e a previsão do governo de Macri para este ano (um crescimento real de 2,7%) parece estar cada vez mais colocado em causa.

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