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Almaraz: Deputados desagradados com conclusões do relatório confidencial

Relatório divulgado pelo grupo de trabalho sobre Almaraz insiste na falta de estudos sobre eventuais riscos de acidentes e indica que a construção do armazém pode significar o prolongamento da atividade nuclear, o que tem vindo a ser negado pelo Executivo.
17 Maio 2017, 18h36

O relatório confidencial do grupo responsável por analisar a construção de um armazém de resíduos na central nuclear de Almaraz foi esta terça-feira entregue aos deputados da comissão criada para acompanhar a questão. Segundo avança o jornal ‘Público’, que teve acesso ao relatório, o grupo de trabalho alerta para a falta de estudos de prevenção feitos no terreno para o caso de um eventual acidente, o que não está a agradar os deputados.

O relatório, com 255 páginas, foi enviado por email aos deputados horas antes da audição dos ministros do Ambiente e dos Negócios Estrangeiros, marcada para esta tarde, impossibilitando leituras exaustivas. O email vinha ainda acompanhado pelo pedido para os deputados manterem a informação em sigilo e não a usarem durante a comissão, dá conta o ‘Público’.

Desde o início das negociações tanto o Governo como a Agência Portuguesa do Ambiente têm insistido que a construção é segura e que não acarreta qualquer risco de contaminação com radioatividade para os cidadãos das áreas envolventes. No entanto, as conclusões presentes neste relatório vêm agora desdizer os argumentos até agora utilizados pelos membros do Executivo socialista.

“Não há evidência de terem sido analisadas situações de acidente severo devido a causas extremas (…) não está demonstrado que as mesmas não tenham impactes significativos, incluindo em território português”, pode ler-se no documento, citado pelo jornal ‘Público’.

O documento revela ainda que a construção do armazém para resíduos “viabiliza o prolongamento do funcionamento da Central Nuclear de Almaraz para além da atual autorização de operação, que termina em 2020”.

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