Ana Gomes atira a Tiago Mayan: “Foi o papão do liberalismo que levou à crise do subprime”

A ex-diplomata e antiga eurodeputada do PS Ana Gomes defendeu esta quinta-feira que foi “o papão do liberalismo” que levou à “crise do subprime” em 2007. A candidata apoiada pelo PAN e pelo Livre entende que a melhor estratégia de combate à corrupção é pôr de lado as teses liberais de “desregulação da banca”, que são “a maior conduta” para crimes económicos e não favorecem interesse público.

“Os esquemas de desregulação que os liberais defendem são, no fundo, a maior conduta para a corrupção. Porque foram as teses de desregulação do sistema financeiro que levaram à queda do Lehman Brothers, como todos os esquemas de privatização à conta do conjunto dos contribuintes e todos os esquemas de não funcionamento da própria justiça”, disse, no frente a frente com o candidato liberal Tiago Mayan Gonçalves, na TVI24.

Para Ana Gomes, que tem o combate à corrupção como uma das suas bandeiras na corrida à Presidência da República, o combate à corrupção deve ser feito com uma “interação permanente com a Procuradoria Geral da República (PGR)” e garantindo que a PGR e a Justiça têm “os meios necessários para fazer a diferença no combate à corrupção e ao crime de colarinho branco”.

A candidata apoiada pelo PAN e pelo Livre reafirmou que não concordou com a processo de venda do Banco Internacional do Funchal (Banif) ao Santander Totta por 150 milhões de euros, em 2015. “Não faria o processo de tornar-nos cobaias de um esquema neoliberal que nos foi imposto por Bruxelas mas que foi aceite pelo governador do Banco de Portugal por altura do Governo de Pedro Passos Coelho”, garantiu.

“Não permitiria uma esquema de desregulação completamente contrário aos interesses dos cidadãos. Nisso, certamente faria de diferente de si e de Marcelo Rebelo de Sousa”, disse. “Foi o papão do liberalismo que levou à crise do subprime”.

Ana Gomes sublinhou ainda que o projeto socialista que assume representar “não falhou”. “A minha candidatura é independente mas assumo-me como socialista e defendo os valores socialistas. Sou contra todas as perversões neoliberais que são responsáveis, por exemplo, por hoje sermos um dos país com uma paridade de poder de compra mais baixa. Atrás de nós, só a Bulgária”, realçou.

“As teses neoliberais que vingaram nestes últimos anos defendem que o crescimento económico se faria à custa do esmagamento de salários. Não é verdade. O crescimento económico faz-se com incorporação de tecnologia, de valor científico e de contribuições na cadeia de produção”, acrescentou.