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Ana Mendes Godinho assegura pasta do Trabalho e Segurança Social

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social foi anteriormente secretária de Estado do Turismo e chefe de gabinete de Bernardo Trindade, que ocupara este mesmo cargo no primeiro Governo de José Sócrates.
  • Rodrigo Antunes/Lusa
23 Março 2022, 20h00

Ana Mendes Godinho nasceu em Lisboa, em 1972, tendo-se licenciado em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL). A jurista obteve ainda pós-graduações em Direito do Trabalho e Logística e Ciência da Legislação, tendo integrado um Governo pela primeira vez como chefe de gabinete de Bernardo Trindade, secretário de Estado do Turismo da primeira legislatura liderada por José Sócrates.

Antes de ocupar este cargo governamental, Ana Mendes Godinho havia sido consultora jurídica no Ministério da Defesa e inspetora do trabalho. Depois da passagem pelo Governo socialista entre 2005 e 2009, foi administradora executiva da Turismo Fundos, passando de seguida a administradora da Turismo Capital. Foi ainda vice-presidente do Conselho Geral do Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas e do Turismo de Portugal, cargo que ocupou até ao final de 2011. Em janeiro do ano seguinte passou a diretora dos Serviços de Apoio à Atividade Inspetiva da Autoridade para as Condições do Trabalho, onde ficou até 2015, quando transitou para o primeiro Governo de António Costa.

Sucedeu a Adolfo Mesquita Nunes como secretária de Estado do Turismo na primeira legislatura socialista do atual ciclo, ficando responsável por esta pasta durante os quatro anos de Governo. Foi nesta altura que foram lançados projetos para a dinamização do sector turístico no interior, como o ‘Valorizar’, e de reabilitação do património, como o ‘Revive’.

É na legislatura seguinte, em 2019, que assume a pasta de ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), tendo, portanto, sido a responsável por esta área durante a pandemia. Dados os impactos na atividade económica e, por conseguinte, no emprego e remunerações dos portugueses, Mendes Godinho assumiu um papel relevante no anúncio de apoios a empresas e famílias.

A Segurança Social gastou 4,7 mil milhões de euros desde o início da pandemia até ao final do ano passado com apoios extraordinários para mitigar os efeitos da Covid-19 na economia nacional, o que inclui situações como o layoff simplificado, apoios a encarregados de educação com crianças em casa pelo encerramento de escolas ou baixas por Covid-19.

Outra das dimensões mais relevantes durante a pandemia foi o teletrabalho, o que levou mesmo à elaboração do Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho apresentado em junho do ano passado. A ministra reforçou a necessidade de regular as novas realidades do trabalho, incluindo conceitos como nómadas digitais, e projetou que este novo paradigma se torne numa oportunidade de crescimento a médio/longo prazo para a economia portuguesa.

Ainda assim, Ana Mendes Godinho não se escapou às habituais polémicas com os governantes nacionais, destacando-se os surtos nos lares durante a pandemia. Questionada pelo Expresso em agosto de 2020 sobre um relatório da Ordem dos Médicos sobre um surto num lar em Reguengos de Monsaraz em que haviam morrido 18 pessoas, a ministra admitiu que não havia lido o documento, frisando que, à altura, 3% dos lares e 0,5% das pessoas internadas nestas instituições estavam afetadas pela doença.

Isto levou Mendes Godinho a concluir que “a dimensão dos surtos não é demasiado grande em termos de proporção”, mas reiterando que “isto não significa que não devamos estar preocupados”. A primeira frase levou a uma onda de indignações que obrigou António Costa a expressar publicamente o apoio e confiança à ministra, segurando-a na pasta do Trabalho.

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