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André Ventura vai lançar partido contra casamento gay e a favor da castração química

A intenção é que o partido seja lançado ainda antes do final do ano, com a mesma designação do movimento que criou contra o atual líder do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio: “Chega”.
9 Outubro 2018, 13h07

O vereador social-democrata da Câmara Municipal de Loures André Ventura vai deixar o cargo no próximo dia 20, para criar uma nova força política nacional. A intenção é que o partido seja lançado ainda antes do final do ano, com a mesma designação do movimento que criou contra o atual líder do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio: “Chega”.

Fontes próximas do vereador, ouvidas pelo jornal “i”, indicam que o novo partido de André Ventura se vai centrar em cinco eixos gerais. O “Chega” promete defender “um autêntico liberalismo económico e político” e trazer medidas mais duras no que toca à justiça. O partido vai propor “o regresso da prisão perpétua para homicidas e violadores” e a “castração química para pedófilos”.

A proibição constitucional da eutanásia e a proibição do casamento homossexual são outras das linhas principais que André Ventura vai propor. A somar a isso, o partido defende uma “redução drástica” dos mandatos políticos e a criação de um teto máximo de mandatos em cargos de vereação.

A redução do número de deputados na Assembleia da República dos atuais 230 para apenas 100 é outra das medidas que o advogado e vereador defende. Já no plano económico, André Ventura quer avançar com uma “completa redefinição do sistema fiscal português”, obrigando “todos a contribuir”.

A recolha de assinatura inicia-se ainda este mês. A Constituição portuguesa define que são necessárias 7.500 assinaturas para formalizar a constituição de um novo partido político, que devem ser apresentadas ao Tribunal Constitucional. A expectativa é que o partido possa concorrer às eleições europeias e legislativas marcadas para o próximo ano.

André Ventura protagonizou em setembro de 2017 uma das mais controversas candidaturas à presidência da câmara, depois de ter afirmado que a comunidade cigana está “acima da lei” e vive “quase exclusivamente dos subsídios do Estado”. As polémicas declarações valeram-lhe o afastamento do CDS da coligação com o PSD na corrida a Loures.

Mais recentemente, o advogado esteve por detrás de um movimento criado para depor Rui Rio da liderança do PSD e colocar o partido no “espectro ideológico do centro-direita português”. Com este novo partido, André Ventura quer “evitar uma nova maioria de esquerda” nas próximas eleições legislativas, mas não põe de parte uma eventual coligação com o Partido Socialista (PS).

 

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