[weglot_switcher]

Angola. Amnistia Internacional denuncia a morte de dez manifestantes pelas autoridades policiais

Segundo os relatos da Amnistia Internacional, desde 30 de janeiro, as autoridades policiais em Angola já mataram 30 manifestantes afetos ao Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe (MPPLT). Denúncia surge na sequência de massacre em Cafunfo, Lunda Norte, no sábado.
2 Fevereiro 2021, 12h46

Vários bispos católicos angolanos denunciaram, esta segunda-feira, o que consideram ter sido um “grave massacre” de manifestantes na localidade de Cafunfo, Lunda Norte, afetos ao Movimento do Protetorado Português da Lunda Tchokwe (MPPLT). Um incidente que foi repudiado pela Amnistia Internacional (AI).

As autoridades policiais confirmaram a morte de seis pessoas (incluindo o filho de um secretário regional da organização), no entanto a a diretora-adjunta para a África Austral da AI, Muleya Mwananyanda informa que “desde 30 de janeiro, as forças de segurança angolanas mataram pelo menos dez pessoas”. No entanto, o número de mortos na sequência deste incidente pode ser superior, pois muitos manifestantes continuam desaparecidos, indica o diretor-executivo da organização não-governamental angolana OMUNGA, João Malavindele.

A mesma responsável alerta que “as autoridades continuam a perseguir manifestantes pacíficos cujo único ‘crime’ tem sido contestar as condições de vida deploráveis”.

Face ao agravamento dos conflitos entre as autoridades e os manifestantes, a Malavindele urge que as entidades responsáveis lancem “uma investigação rápida, completa, independente, eficaz e transparente sobre as mortes e levar os suspeitos dos autores à justiça em julgamentos justos que cumpram os padrões internacionais. As vítimas e suas famílias devem ter acesso à justiça e a recursos eficazes”.

A Amnistia Internacional e a OMUNGA têm denunciado o uso de força excessiva, abusiva e mesmo letal pelas forças de segurança angolanas para lidar com violações das medidas de saúde pública Covid-19 e manifestações pacíficas desde 2020. As duas organizações registaram 11 mortes em 2020 pela segurança forças, mas acreditam que o verdadeiro número de mortos provavelmente será muito maior.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.