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Angola com risco cada vez maior de ‘default’ mesmo com ajuda do FMI

A consultora EXX Africa este maior risco de incumprimento, por parte de angola, se deve “aos elevados pagamentos de dívida e forte dependência das receitas petrolíferas”.
3 Maio 2020, 10h24

A consultora EXX Africa diz que Angola tem um risco cada vez maior de entrar em incumprimentos financeiro, ou default, mesmo tendo recebido a terceira tranche do programa de assistência financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“Angola enfrenta um risco cada vez maior de entrar em incumprimento financeiro devido aos elevados pagamentos de dívida e forte dependência das receitas petrolíferas, mesmo depois de receber a terceira tranche do programa de assistência financeira do FMI”, no valor global de 3,7 mil milhões de dólares (3,4 mil milhões de euros), diz a EXX Africa numa análise à economia de Angola.

No documento, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas liderados por Robert Besseling escrevem que “o custo de servir a dívida deverá aumentar, apesar de já representar 56,8% do orçamento, e a dívida pública deverá ter ficado nos 111% do PIB no final do ano passado, parcialmente devido à depreciação da moeda”.

O problema, sublinham os analistas, “é que os indicadores da dívida vão continuar elevados num contexto em que os preços do petróleo vão continuar em níveis mínimos”.

Assim, alertam, “Angola pode juntar-se à onda de Incumprimentos Financeiros [‘default’, no original em inglês] soberanos este ano a não ser que os empréstimos sejam reestruturados ou ‘perdoados'”.

O custo de transacionar a dívida de Angola com maturidade a novembro de 2025 subiu para quase 30% no final de março, quando no princípio deste mês estava nos 7%, lembra a EXX Africa, e durante abril tem estado sempre acima dos 20%, de acordo com os valores apresentados pela agência de informação financeira Bloomberg.

No documento, os analistas deixam, ainda assim, uma nota de otimismo devido ao ímpeto reformista mostrado pelo atual Governo: “há algum potencial para as reformas económicas, que são desesperadamente necessárias, serem aplicadas, em resposta à crise económica, apesar de algumas das alterações exigidas pelo FMI, como mais cortes na despesa, estarem agora suspensas devido à pandemia”.

No entanto, concluem, o FMI “vai insistir que as privatizações e as reformas favoráveis ao investimento continuem, pelo que a venda de ativos da Sonangol será fundamental, porque qualquer sinal de que o Governo quer inverter as reformas ou alinha com a elite para beneficiar os mais influentes vai anular boa parte dos ganhos económicos do programa” do Fundo.

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