Das 54 363 vagas abertas no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior público sobraram 5 212 lugares para a segunda fase, o que representa uma diminuição de 1,4% face à mesma fase do concurso de 2022/23. Os dados divulgados este domingo, 27 de agosto, revelam que cerca de 20 mil jovens escolheram o ensino politécnico e a maior parte escolheu a universidade.
“As universidades demonstram claramente, neste concurso, que são a primeira opção da maioria dos jovens portugueses para adquirirem qualificações compatíveis com as suas expectativas de futuro”, diz o presidente do do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Sousa Pereira.
“Pese embora uma situação de baixos salários para os licenciados que o Estado, em vez de contrariar, promove, os jovens percebem bem que a frequência de um curso numa universidade é uma ferramenta que, em prazo breve, os vai recompensar na vida profissional pelo investimento e pelo esforço que fizeram”, adianta.
Para o também reitor da Universidade do Porto, “é muito significativo verificar um menor número de vagas sobrantes, uma subida das colocações dos estudantes nas suas primeiras opções e, especialmente, um aumento da procura em cursos em que Portugal precisa de novas gerações de profissionais, como são as tecnologias de informação e a formação de professores”.
Esta é uma evolução no sentido certo, salienta, quer no que diz respeito ao desenvolvimento estratégico do país, quer no crescimento de áreas emergentes na economia e na sociedade. “Só com cidadãos mais qualificados e com mais competências Portugal se poderá desenvolver de forma equilibrada e sustentável”, salienta.
O presidente do CRUP vê também como “muito positivo” que o número de colocados em instituições localizadas em regiões com menor procura e menor pressão demográfica tenha aumentado. “Universidades como a de Évora, a UTAD ou a da Madeira aumentaram o número de estudantes colocados este ano face a 2022, o mesmo tendo acontecido a vários politécnicos do Interior”, destaca António Sousa Pereira.
“Este facto é muito positivo e significa que o trabalho destas instituições para adequarem a sua oferta formativa à procura e às expectativas dos jovens está a ter resultados, devendo esse trabalho ser aprofundado e desenvolvido nos próximos anos”, conclui.
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