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Antarte investe 3,5 milhões para sustentar crescimento

O grupo, com quatro unidades fabris e 190 trabalhadores, atingiu uma faturação de oito milhões de euros, mais 28% que em 2020, e tem em vista um plano de internacionalização para Espanha e França.
19 Maio 2022, 20h43

A Antarte, grupo do segmento do mobiliário de luxo, ultrapassou em 2021 os oito milhões de euros de volume de negócios, o que representa um crescimento da ordem dos 28% – o que não só mantém “uma trajetória de crescimento registada nos últimos anos”, como surge ao arrepio da generalidade do sector, disse ao JE o CEO do grupo, Mário Rocha.

A faturação da marca portuguesa de mobiliário deu-se num contexto em que as vendas do sector do mobiliário mantiveram-se estáveis de 2020 para 201 porque o crescimento no segmento de consumo doméstico foi contrabalançado pela contração nos segmentos de hotelaria e restauração.

Nem mesmo a pandemia foi travão para o dinamismo da marca na ampliação da gama de produtos a linhas de mobiliário de exteriores e de escritório, refere: a rede de lojas continuou a crescer com a abertura de uma flagship store em Lisboa (Alfragide) – um espaço com cerca de dois mil m2, que se veio juntar às lojas já existentes em Lisboa, Sintra, Seixal, Matosinhos, Braga, Guimarães, Aveiro, Coimbra, Feira e Vilamoura, num total de 14 pontos de venda.

Para Mário Rocha, os resultados de 2021 espelham o sucesso da estratégia da marca em “apostar na proximidade com o cliente, no uso de matérias-primas sustentáveis e iniciativas de responsabilidade social e ambiental”. Curiosamente, o mercado core da empresa é o doméstico – e o seu abrandamento durante a pandemia “foi compensado pelas vendas online, que se mantiveram muito ativas”.

Mas o grupo tem também uma operação internacional – centrada, em termos de lojas próprias, em África. Gana, Angola e África do Sul são os mercados onde a Antarte tem lojas próprias. Mas, estas sim, têm sentido fortemente os efeitos da pandemia, “principalmente Angola, onde o poder de compra desceu muito, não só com a pandemia, mas também porque as condições económicas foram alteradas”.

Segundo adiantou Mário Rocha, “queremos continuar a internacionalizar a marca, desta vez com foco na Europa, nomeadamente para os mercados espanhol e francês”, onde o poder de compra é superior. “Numa primeira fase vamos recorrer à representação”, mas é possível, disse o CEO, que, se a estratégia correr bem, venham a ser abertas lojas da marca naqueles países.

Para uma segunda fase da internacionalização fica o mercado norte-americano, “para onde todas as marcas de luxo querem vender”, mas que envolve investimentos de outra dimensão.

Precisamente na área dos investimentos, a Antarte tem em execução um plano que obrigará à aplicação de cerca de 3,5 milhões de euros, entre 2021 e 2022 – e que tem a ver com a modernização das instalações e do parque de máquinas, mas também com a construção de um novo centro logístico robotizado. Estes investimentos levam Mário Rocha a considerar que “no final de 2022 queremos voltar a crescer, na casa dos 30% em termos do volume de negócios”.

O grupo tem quatro unidades industriais, todas elas situadas nas redondezas da cidade de Paredes, onde trabalham diretamente cerca de 190 trabalhadores diretos e mais de 300 indiretos.

No mês de março, A Antarte lançou a iniciativa de sustentabilidade a que chamou Love Nature, que consiste em oferecer uma árvore nativa para plantar, mediante o preenchimento de um formulário no site da marca. A Love Nature tem como objetivos a plantação de 50 mil árvores até 2025. Entre os membros fundadores da Love Nature, estão Marcelo Rebelo de Sousa, que aceitou o ser o membro fundador número 1, e José Ramos-Horta, recentemente eleito presidente de Timor-Leste.

A Antarte nasceu em 1999 como uma empresa dedicada às antiguidades e à arte e foram estas duas áreas de intervenção que mais tarde determinaram a criação e designação da própria marca.

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