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Antigos dirigentes da operadora de Fukushima declaram-se inocentes

A Greenpeace aplaudiu o início do processo contra os três antigos executivos da operadora da central japonesa TEPCO, considerando-o um “passo histórico para conseguir justiça”.
30 Junho 2017, 08h14

Os três ex-dirigentes da operadora da central japonesa de Fukushima Daiichi, acusados de não terem tomado as medidas necessárias para evitar o acidente nuclear, declararam-se esta sexta-feira inocentes e pediram desculpa no arranque do julgamento.

“Peço desculpas pelas consequências deste acidente tão sério”, afirmou Tsunehisa Katsumata, então presidente da Tokyo Electric Power (TEPCO). O ex-responsável da firma considera que “era impossível de prever” o acidente, de acordo com as declarações reproduzidas pela agência noticiosa japonesa Kyodo e citadas pela Lusa.

O julgamento em questão, que deverá prolongar-se pelo menos até ao início de 2018, procura determinar a responsabilidade dos três executivos da operadora e comprovar se teria sido possível evitar o acidente nuclear, o pior desde Chernobyl em 1986, que ainda mantém deslocadas milhares de pessoas que residiam perto da central de Fukushima.

Os três ex-dirigentes foram formalmente acusados em fevereiro de 2016 por não terem tomado as medidas necessárias ou suficientes, ainda que soubessem do risco de ocorrência de um tsunami pelo menos dois anos antes de ter acontecido. As acusações de que são alvo estão relacionadas com a morte de pessoas já doentes que viviam perto da central e foram retiradas precipitadamente da zona e acabaram por falecer.

No tribunal distrital de Tóquio estão a ser julgados ainda os ex-vice-presidentes da TEPCO Sakae Muto e Ichiro Takekuro, que também pediram desculpas e declararam entender que não deviam ser responsabilizados criminalmente porque não podiam antecipar o desastre.

A Greenpeace aplaudiu o início do processo contra os três antigos executivos da TEPCO, considerando-o um “passo histórico para conseguir justiça” para os sobreviventes do desastre nuclear.

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