A Polícia Judiciária no Sardoal, distrito de Santarém, deteve este sábado o empresário Raul Schmidt, arguido na operação judicial brasileira Lava Jato. A detenção deu cumprimento ao mandado de detenção emitido pelo Tribunal da Relação de Lisboa, para que o arguido seja extraditado para o Brasil, avança o jornal “Diário de Notícias”.
“Em trabalho conjunto de inteligência entre a Polícia Federal brasileira, Ministério Público Federal do Brasil, Interpol e as autoridades portuguesas, ele [Raul Schmidt] foi localizado e preso”, lê-se numa nota da Polícia Federal brasileira.
Raul Schmidt é suspeito de corrupção, branqueamento de capitais e organização criminosa. O arguido estava a proibido de se ausentar do país e obrigado a apresentação semanal às autoridades. No entanto, terá faltou a apresentações, justificando a sua ausência com atestados médicos.
Nascido no Brasil, foi um dos requerentes de cidadania portuguesa que viu ser-lhe reconhecida a cidadania originária. Raul Schmidt é neto de portugueses e terá sido um dos quatro processos, entre os 1.637 pedidos de reconhecimento de cidadania portuguesa, que foram aprovados nos últimos seis meses pelo Instituto de Registos e Notariado (IRN).
A situação terá motivado críticas entre os requerentes que falaram em “favorecimentos” na aprovação do pedido de Raul Schmidt. “É chocante”, afirma o advogado Maurício Gonçalves, que está a tratar de muitas desses processos.