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Cristina Rodrigues recorda casos de “assédio sexual” de que teve conhecimento quando andou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

Cristina Rodrigues frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e recorda que no seu tempo já aconteciam casos de assédio “sexual como outro tipo de comentários vexatórios e humilhantes”.
3 Maio 2022, 17h00

O assédio sexual tem estado na ordem do dia e Cristina Rodrigues, ex-deputada e atual assessora do Chega, admitiu ao Jornal Económico (JE) que este “problema que está presente na nossa sociedade e que pode afetar qualquer tipo de organização”.

Cristina Rodrigues frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde 50 casos de assédio foram denunciados em 11 dias, e relembra que já na altura do seu curso e mestrado, entre 2005 e 2013, estas situações aconteciam.

“Conheci vários [casos], tanto de assédio sexual como outro tipo de comentários vexatórios e humilhantes. No entanto, relativamente aos casos de assédio sexual não eram tão graves como os relatados agora”, lembrou.

A antiga deputada do PAN e depois deputada única acredita que os casos permaneceram no anonimato até ao momento “pelo receio de falar e pela pouca vontade por parte de quem tem dirigido a Faculdade ao longo dos anos para tentar resolver”.

“Por um lado, por se tratar de uma violência normalizada, tanto por parte de quem a pratica como por parte das vítimas que acabam por aceitar como uma inevitabilidade, por outro lado porque em alguns casos quem tem estas práticas são pessoas de grande relevo nacional”, sublinhou.

Cristina Rodrigues saudou a criação de um canal de denúncias por parte da Faculdade de Direito de Lisboa, mas diz ser possível ir mais longe.

“Deveria haver um programa nacional de prevenção de assédio que contemplasse a comunidade estudantil, professores e auxiliares, ajudando a que todos percebam quais são os seus direitos, que mecanismos de defesa têm ao seu dispor e que práticas podem consubstanciar ou não assédio”, referiu.

Além de ter criado um canal de denúncias a Faculdade de Direito de Lisboa abriu um processo disciplinar contra o professor que propôs a criação do canal de denúncias, uma vez que este ficou implicado no caso.

A par com a Faculdade de Direito de Lisboa está a Faculdade de Letras do Porto que nesta matéria também já conta com pelo menos um caso polémico, o de uma aluna que acusa um professor de chantagem e violação. Já a Faculdade de Economia do Porto despediu o professor Pedro Cosme Vieira pelas suas declarações sexistas e machistas.

 

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