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AstraZeneca só vai conseguir entregar metade das vacinas pedidas pela UE

Caso a AstraZeneca não consiga cumprir a entrega das 180 milhões de vacinas, o objetivo da UE em vacinar 70% da população adulta até ao verão pode falhar por largos números.
  • Reuters/DADO RUVIC
24 Fevereiro 2021, 09h32

A farmacêutica AstraZeneca, que está na corrida europeia da distribuição de vacinas contra a Covid-19, só deverá conseguir fabricar metade das doses pedidas pela União Europeia para o segundo trimestre, revelou a “Reuters” após ter sido informada por uma fonte da União Europeia.

De acordo com declarações à publicação, a farmacêutica anglo-sueca está com dificuldades em aumentar a produtividade, o que afeta as 180 milhões de doses contratadas para o segundo trimestre pelo bloco.

Ainda assim, a gigante farmacêutica admitiu que já se encontra a trabalhar para aumentar a produtividade na cadeia global, tentando então produzir as restantes doses prometidas à UE em fábricas que não estejam dentro do bloco, utilizando toda a rede para atingir o objetivo.

“Cerca de metade do volume esperado deve vir da cadeia de abastecimento da UE”, apontou um porta-voz da empresa à Agência France Presse, sendo que o restante será produzido na rede internacional.

Caso a AstraZeneca não consiga cumprir a entrega das 180 milhões de vacinas, o objetivo da UE em vacinar 70% da população adulta até ao verão pode falhar por largos números. Segundo fonte da “Reuters”, a farmacêutica deverá entregar menos de 90 milhões de doses, ou seja, menos de metade das vacinas.

No início do ano, as conversas entre a UE e a AstraZeneca geraram tensões depois da farmacêutica se atrasar com a entrega do primeiro trimestre e de revelar não ser capaz de cumprir a meta ao entregar 400 milhões de doses.

De acordo com a “Reuters”, a AstraZeneca pode conseguir entregar apenas 130 milhões de doses da vacina face às 300 milhões de vacinas que tem contratadas e se comprometeu a entregar.

Assim, prevê-se que as tensões se voltem a agravar entre as duas partes, uma vez que o Reino Unido continua a vacinar a população a um ritmo acelerado, tendo já imunizado mais de 15% da população. De relembrar que a farmacêutica garantiu aos governantes que não iria falhar com o governo do Reino Unido, que começou a vacinar ainda em 2020.

A AstraZeneca falhou ainda a entrega de vários milhões de doses em dezembro de 2020 para a UE, data em que a Agência Europeia do Medicamento ainda não tinha aprovado esta vacina e, consequentemente, a farmacêutica não entregou as doses contratadas.

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