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Banco Alimentar antecipa aumento da procura nos próximos tempos devido à inflação

A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome admite que existem queixas pelo aumento de preços, mas garante que o peso da crise só se vai sentir mais à frente.
12 Abril 2022, 17h21

Embora se assista a um aumento da inflação e dos preços da energia na atual conjuntura, as associações de apoio alimentar ainda não sentem um aumento da procura. Segundo a presidente do Banco Alimentar contra a Fome, Isabel Jonet, o número de pessoas a recorrer às ajudas da instituição continua estável, garantindo ao Jornal Económico que “ainda não existe essa correlação direta, é muito cedo”.

“Neste momento há queixas. Existem varias instituições, lares e creches, que queixam-se que é tudo mais caro sobretudo porque não podem refletir estes acréscimos de custo no aumento das mensalidades que os utentes pagam”, referiu a presidente do Banco Alimentar.

Segundo Isabel Jonet “as famílias ainda não tiveram tempo para sentir o acréscimo de preços das matérias primas”, mas que esse aumento só se vai sentir “daqui para a frente”.

“Os preços não vão baixar e as pessoas não têm mais rendimento. As pessoas vão ter uma vida mais difícil, então aí vão procurar mais apoio das instituições de solidariedade social, seja para comer, seja para outro tipo de despesas que são inevitáveis”, assegurou.

Isabel Jonet recorda que em Portugal as famílias têm “uma grande precariedade no emprego, mas a maior parte das pessoas mais pobres são idosos”.

Apesar da gravidade da crise que ainda está a surgir, Isabel Jonet admite que não se pode comparar o momento atual com o período quando a Covid-19 chegou a Portugal.

“A pandemia é diferente de tudo. Na altura da pandemia as pessoas não podiam trabalhar, fecharam os empregos. Não tem nada a haver. Esta crise não pode ser comparada com a crise que houve na altura da Covid, em que fechou tudo”, sublinhou.

Desde que a guerra começou a 24 de fevereiro na Ucrânia, os preços dos bens alimentares têm subido continuamente e não apenas o preço dos combustíveis. Logo em fevereiro o índice mundial de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 24,1%. Em comparação com janeiro, o índice avançou 3,9%.

 

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