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Aumento do prazo das moratórias de crédito? Presidente do BPI prefere esperar pela iniciativa do Governo

“Tivemos uma reunião com o ministro da Economia na quinta-feira para falar das moratórias”, disse Pablo Forero. Sobre o alargamento do prazo da moratórias, o CEO do BPI disse que “a iniciativa deve estar nas mãos do Governo”, sendo que a Associação Portuguesa de Bancos (APB) “vai acompanhar” a situação. “O ministro estava em cima da situação e até apresentou sugestões”, reforçou.
  • Manuel de Almeida/Lusa
4 Maio 2020, 12h32

Pablo Forero, presidente executivo do BPI, revelou esta segunda-feira que o banco poderá alargar o prazo das moratórias públicas e privadas, mas a respetiva iniciativa deve partir do Governo.

Questionado sobre o prazo de seis meses aplicado às moratórias aos créditos concedidos, Pablo Forero começou por referir que o banco está disponível para continuar a apoiar a economia portuguesa e revelou, em seguida, que na quinta-feira passada, os principais banqueiros tiveram uma reunião por meios telemáticos com o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Veiria, sobre o tema.

“Tivemos uma reunião com o ministro da Economia na quinta-feira para falar das moratórias”, disse Pablo Forero. Sobre o alargamento do prazo da moratórias, o CEO do BPI disse que “a iniciativa deve estar nas mãos do Governo”, sendo que a Associação Portuguesa de Bancos (APB) “vai acompanhar” a situação. “O ministro estava em cima da situação e até apresentou sugestões”, reforçou Pablo Forero.

“Se o Governo e a APB decidirem ampliar o prazo, vamos fazê-lo. Eu preferia que fosse o ministro a anunciar medidas, não quero antecipar decisões”, frisou o líder do BPI.

Até ao dia 24 de abril, o BPI recebeu 40,8 mil pedidos de moratórias de crédito habitação, crédito pessoal e financiamento automóvel, relativos a 2.363 milhões de euros de crédito.

Retoma do crédito à habitação depende do desemprego e dos preços do imobiliário

Pablo Forero disse que está “otimista” em face desta crise causada pela pandemia do novo coronavírus. “As crises económicas que não têm que ver com desequilíbrios com as economias, são crises breves”, frisou.

Ainda assim, o BPI registou uma queda de 40% na concessão do crédito à habitação nas primeiras três semanas de abril, uma situação que, face à conjuntura atual, Pablo Forero disse ser “normal”. “Com o confinamento os avaliadores não podem avaliar as casas e os compradores não podem visitar as casas”, explicou o CEO da instituição financeira.

Desafiado a dar uma perspectiva sobre a evolução futura do crédito à habitação, Pablo Forero diz que o banco não tem nenhuma para oferecer neste momento. Mas vincou que “o mercado de habitação funciona muito bem e recupera a normalidade muito cedo. Se a sociedade recuperar a normalidade, em dois meses o mercado vai recuperar”.

Vão ser dois os fatores determinantes na recuperação do mercado imobiliário, segundo Pablo Forero. O aumento do desemprego vai ter impacto porque causará “menos crédito à habitação”. E, em segundo lugar, “a perspectiva dos preços do mercado imobiliário depois da crise”, também será um aspeto a ter em conta. Mas, de momento, “ninguém sabe” como irão evoluir os preços das casas depois da crise da Covid-19.

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